O Federal Reserve reduziu as taxas de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (18). Com isso, a nova meta de juros no país está entre 1,75% e 2%.
Já aqui no Brasil o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu fazer o segundo corte seguido de 0,50 ponto percentual na Selic, que chega a 5,50%, a menor taxa básica de juros da história.
Ambas estão em linha com o consenso das expectativas de economistas e investidores.
Um pouco da história, tivemos uma redução em taxa de juros drásticas mas com contextos discutíveis durante o governo Dilma que na reunião de 10/10/2012 a 170º da história chegamos no menor patamar da SELIC até aquele momento de 7,25%, o mundo estava recuperando-se ainda de recessão com muita desconfiança, bolsa rodando pouco mais que poupança, enfim na busca de estimular a economia com crédito e consumo a taxa de juros na reunião 161º do COPOM em 31/08/2011 então presidida por Alexandre Tombini, resolveu cortar a taxa em 0,50%, taxa que vinha em crescimento por doses de 0,25% desde 28/04/2010.
Neste período em que houve o primeiro corte até chegarmos a mínima histórica até 2012, o nosso ministro da fazenda Guido Mantega alimentava uma política forte em crédito, consumo e mesmo com o mundo ainda muito machucado pela crise de 2008, acelerou sua política acreditando que o Brasil provavelmente não teria, ou muito pouco, impacto da crise. Ficou-se comprovado o erro na estratégia pois esta mínima histórica durou pouco tempo pois logo na 170º reunião o COPOM começou a aumentar a taxa até o patamar de 14,25% na reunião de 29/07/2015, momento em que o Brasil estava consolidado na recessão e sem perspectivas de crescimento, com o impeachement recém ocorrido com Dilma e com pagamento de juros sendo o mais caro do mundo na época.
Em agosto de 2016 da-se o início do mandato de Michel Temer com suas primeiras medidas e devido a credibilidade do então ministro da fazenda Henrique Meirelles acalmou o mercado e estancou-se a necessidade de aumento de juros para captação de recursos pelo Tesouro.
Tivemos ainda a entrada em 2016 do novo presidente do BC o economista Ilan Goldfajn, à convite de Henrique Meirelles, que com grande maestria conduziu muito bem a instituição e com condições de mercado e estratégia definida e calculado nos conduziu para o patamar de hoje em linhas gerais.
Contei um pouco da história para apresentar minha visão de que agora a queda de juros está sustentada e não teremos, em condições normais, nenhum revés com uma retomada de alta tão drástica como o desastre de 2012 e com um cenário mais previsível temos como trabalhar com uma visão de um prazo maior.
Para o dia de hoje com este cenário desafiador de juro Brasileiro nominal e real no menor patamar, como fazer para obter rendimentos maiores com menor risco possível? Esta é a pergunta que esta vindo cada vez mais forte na cabeça dos investidores e que deve-se, em minha opinião, ter uma atenção cada vez maior para aqueles que pretendem ter consistência com segurança no principal investido e nos retornos, não caindo em ciladas ou compra de produtos em bancos, corretoras e outros que estejam fora de sua tolerância de risco assumida.
Neste momento aparecem os "milagreiros" de plantão oferecendo investimentos e retornos diferenciados e como sempre com baixo risco, brilhando literalmente os olhos, e neste momento o mais importante é definir uma estratégia solida ancorada por princípios e direcionamentos previamente mensurados e com uma dose de hedge conforme o apetite por volatilidades.
Existem no mercado excelentes oportunidades de ganhos, mas para participar delas o investidor deverá estar ciente e apto a correr alguns riscos. Minha essência e princípios para escolhas e decisões de gestão é a diversificação, alocar em vários ativos, gestores e estratégias sempre com um hedge consistente para evitar surpresas e minimizar as volatilidades.
Lembrem-se no mercado financeiro não existe mágica e nem fórmula pronta de ganhar rentabilidade, se fosse fácil assim todos ganhariam e ninguém perderia, não havendo necessidade de especialistas dedicados. Por isso mais do que nunca é importante ter o aconselhamento de uma casa especializada em Gestão Patrimonial ou Consultor que tenha um amplo background de mercado e possa assessorar na tomada de decisões e que seja imparcial não defendendo uma bandeira de banco ou corretora específica.
Bons Investimentos e até a próxima...