- O ouro se aproxima de um rompimento técnico à medida que as tensões comerciais e a instabilidade no mercado de títulos reativam o interesse por ativos de proteção.
- O corte do BCE e os dados de emprego nos EUA podem alterar o sentimento e reforçar o impulso altista do metal.
- A resistência em US$ 3.320 segue como nível-chave, um rompimento pode abrir caminho para nova alta em direção a US$ 3.400 ou mais.
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O ouro encerrou o mês de maio praticamente estável, mas isso não deve ser interpretado como sinal de fraqueza. O metal precioso segue sendo procurado por investidores desde o início do ano, em meio à escalada das incertezas comerciais, anos de inflação elevada corroendo o valor das moedas fiduciárias e níveis crescentes de endividamento nas principais economias desenvolvidas, com destaque para Estados Unidos e Japão, o que reforça o temor de um choque econômico mais profundo.
Apesar da desvalorização do dólar em maio, o otimismo em relação a possíveis acordos comerciais limitou os avanços do ouro. Agora, com a incerteza voltando ao centro das atenções, há espaço para uma nova rodada de valorização do metal, que pode se intensificar já nesta semana, especialmente se a venda de títulos públicos dos EUA e do Japão continuar pressionando os mercados.
Ativos de risco enfrentam perspectiva instável em junho
O S&P 500 encerrou a sexta-feira praticamente estável. Após um mês de maio positivo, investidores começaram junho com um novo fator de estresse: no pós-mercado da última sexta-feira, o presidente Donald Trump anunciou a duplicação das tarifas sobre importações de aço e alumínio, de 25% para 50%.
Maio foi um mês expressivo para as bolsas globais, com o melhor desempenho desde novembro de 2023, sustentado pela percepção de que o pior dos anúncios tarifários havia ficado para trás. A recuperação dos ativos de risco, no entanto, pode ser de curta duração, e junho já começa com viés mais cauteloso.
Além da retomada das tensões comerciais, há preocupações com a instabilidade no mercado de títulos, diante da discussão no Congresso dos EUA sobre um novo pacote de impostos e gastos públicos.
Tudo isso ocorre às vésperas do vencimento do teto da dívida americana, com temores crescentes em relação à sustentabilidade fiscal do país.
Esse cenário de volatilidade favorece o ouro, que volta a se destacar como ativo de proteção.
BCE e payroll são destaques na agenda macro da semana
Esta semana promete ser movimentada nos dois lados do Atlântico. O Banco Central Europeu deve anunciar na quinta-feira (5) o corte de 25 pontos-base na taxa de juros, decisão amplamente esperada após semanas de desaceleração inflacionária. Mas, mais do que o corte em si, o foco estará na coletiva de imprensa de Christine Lagarde, em busca de sinais sobre os próximos passos.
O BCE deve seguir com cortes ao longo do verão ou adotar uma postura mais cautelosa? Um tom de espera, condicionado aos dados, não seria surpresa.
Nos EUA, a agenda macroeconômica também é intensa. O principal dado será divulgado na sexta-feira (6): o relatório de payroll referente a abril. Como o Federal Reserve ainda baseia suas decisões em dados, o resultado pode ser determinante. O mercado estará atento a eventuais sinais de que as tensões comerciais já afetam o mercado de trabalho.
O enfraquecimento recente do sentimento do consumidor e a desaceleração nos componentes de consumo do PIB reforçam a relevância do indicador.
Antes disso, serão divulgados os números de vagas de emprego (JOLTS) e os índices ISM PMI, que também fornecerão pistas para o mercado. A semana é decisiva tanto para os investidores atentos ao euro quanto ao dólar, e pode influenciar diretamente os preços do ouro.
Análise técnica do ouro
Do ponto de vista técnico, o ouro tem consolidado seus preços nas últimas semanas, o que permitiu aos indicadores de momentum se ajustarem após períodos de sobrecompra em diversos prazos, incluindo o gráfico diário. O metal segue respeitando as principais regiões de suporte, como a linha de tendência de alta iniciada em janeiro, bem como médias móveis e zonas técnicas relevantes.
O preço tem testado repetidamente a linha de resistência da formação de consolidação, sugerindo um possível rompimento, que pode ocorrer já nesta segunda-feira ou nos próximos dias.
Níveis técnicos e cenários para o ouro
Se houver rompimento da resistência em US$ 3.320, o próximo alvo técnico está em US$ 3.360. Acima desse patamar, não há resistências relevantes até a região de US$ 3.400. O objetivo seguinte seria US$ 3.435, com o recorde histórico em US$ 3.500 como próxima meta de alta.
No curto prazo, o suporte imediato se encontra entre US$ 3.245 e US$ 3.275, área destacada em cinza no gráfico. Abaixo disso, há suporte na linha de tendência de alta, atualmente em US$ 3.200, seguido pelo topo anterior, registrado em abril, em US$ 3.167.
O nível crítico está em US$ 3.120. Caso o preço do ouro rompa esse suporte, perderá a linha de tendência de alta e formará um novo fundo descendente, sinalizando reversão da tendência e configuração de baixa. Nesse cenário, o metal pode recuar até a região de suporte em torno de US$ 3.000. A linha de tendência de longo prazo está próxima de US$ 2.870, com a média móvel de 200 dias cerca de US$ 40 abaixo desse nível.
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