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Ministro Levy Coloca Credibilidade Própria para Catalisar Apoios

Publicado 17.03.2015, 07:31

O Ministro Joaquim Levy, falando na Associação Comercial de São Paulo, deixou clara a sua ansiedade em torno do alcance de um “ajuste rápido” como meio para dar um alento a atividade da economia brasileira, destacando ser necessário evitar contextos pontificando downgrade, crise cambial e inflação realmente alta.

Enfim, situações que ele bem sabe que dependem de números positivos de sua gestão à frente da equipe econômica, mas que são inatingíveis no curto/médio prazo, razão pela qual conclamou o apoio da população ao ajuste considerando-o muito importante.

Ninguém duvida das boas intenções do Ministro, mas todos sabem que apoiando o ajuste rápido estão concordando em assumir a conta e esta certamente será elevada, e esta parte cai no contraditório sobre o qual há fortes contestações, porque, afinal, o estado de deterioração decorre da má gestão do próprio governo que está no poder, em seu primeiro mandato, que gastou mais do que podia e agora clama pela socialização do rombo, exatamente num momento em que sobram discussões em torno de corrupção com dados dantescos.

Na realidade não é possível um “ajuste rápido”, mas sim o que busca o Ministro é que aumente o grau de confiança no governo que continua baixíssimo, conclamando para um crédito de confiança acreditando que é possível superar o “status quo” amplamente deteriorado, enfim deseja o crédito do beneficio da dúvida que a sociedade brasileira já não se mostra propensa a conceder.

Este ambiente que o Ministro Levy busca reverter é o que destaca as preocupações internas de que o país possa vir a perder o grau de investimento, sendo rebaixado, que de forma fundamentada coloque a possibilidade de uma crise cambial e que aceite a realidade bastante consistente de que a inflação será elevada e consumirá grande parte dos ganhos da sociedade de forma irremediável.

Estas e muito mais são expectativas amplamente desfavoráveis em relação ao país, com riscos de desemprego, queda de renda e consumo, etc.

O exterior nos vê desfavoravelmente e se farta em criticas fazendo eco às percepções internas da sociedade brasileira, como consequência o país perde atratividade e isto pode determinar retração de ingressos e expansão de saída de recursos estrangeiros existentes no país.

Então, quando observamos o risco cambial de US$ 1,1 Tri existente e as nossas reservas em torno de US$ 370,0 Bi se torna inconteste a possibilidade de uma crise cambial, que poderá encontrar o país com parcos instrumentos de defesa do ponto de vista operacional, e que muito provavelmente só poderia ser enfrentado com um plano de contingenciamento. Não podemos perder de vista que o BC já tem comprometido no mercado contratos do instrumentos financeiros swaps cambiais da ordem de US$ 120,0 Bi, ancorando a credibilidade faltante ao real.

A inflação elevada já está dada para 2015, absolutamente inevitável com a ocorrência dos exuberantes reajustes dos preços administrados, que acabam impactando e contaminando os preços livres. É só acompanhar a evolução, com o agregado no impulso da taxa de câmbio que tem forte capacidade de dispersão por toda economia.

Ninguém tem dúvidas que as medidas preconizadas pela nova equipe econômica têm potencial para reconduzir o país ao crescimento, mas nada no curto prazo, a população não aguenta mais a carga tributária e os preços aviltados administrados e livres e entende que a economia para alcançar o superávit primário de 1,2% para evitar o downgrade deveria ser obtida com redução dos gastos do próprio governo.

Políticos encontraram na fragilidade do governo campo fértil para não aceitarem tudo de forma subordinada e assim se opõe, como Legislativo, ao Executivo com arroubos a tudo que está sendo pretendido, provocando o enfrentamento, já que o governo tem uma base de apoio político fragmentada e bastante arredia.

Então o país patina e como o piso é movediço tende a afundar ou fica mais difícil se erguer.

O Boletim FOCUS em sua edição do final da semana passada retrata bem este sentimento.

Eleva a projeção do IPCA-2015 de 7,77% para 7,93%, mas já poderia coloca-lo acima de 8,0%. Eleva o dólar de R$ 2,95 para R$ 3,06, ainda modesto em pelo menos 5%. Piora a projeção para o PIB de negativo 0,66% para negativo 0,78% e poderá ir além. Piora drasticamente a projeção da produção industrial de 1,38% para 2,19% sinalizando que o dólar com preço mais elevado não esta sensibilizando a indústria. Aumenta a projeção para o déficit em conta corrente de US$ 79,10 para US$ 79,50, mas certamente será maior. Reduz de US$ 4,0 Bi para US$ 3,0 Bi a projeção de saldo positivo da balança comercial, cuja tendência efetiva é ser negativa, e, reduz a projeção para os IED´s de US$ 60,0 Bi para US$ 57,50 Bi, mas este número deverá ser menor provavelmente no máximo entre US$ 45,0 a US$ 50,0 Bi.

Por outro lado, o BC realiza uma má comunicação no ambiente do câmbio, já que o país não tem condições de descontinuar o programa de oferta de swaps cambiais, em especial a parcela para rolagem, deveria logo tirar as incertezas neste sentido que só causam inquietações, volatilidade e muita especulação em torno da formação do preço da moeda americana. Neste caso o silêncio não é a melhor mensagem.

Tentar descontinuar o programa sem uma oferta similar de hedge nas atuais circunstâncias será absolutamente determinante para dar sustentação a alta forte e consistente do dólar e isto não deve ser o desejável, até porque impactaria na inflação exigindo maior elevação na SELIC.

É tempo de o governo ser claro na sua comunicação para evitar perturbações e especulações, mesmo que sejam em apelos como o apresentado pelo Ministro Levy ontem, mas deve agir sobre as expectativas.

A volatilidade com viés de alta deve continuar e este é um jogo perigoso, pois pode descambar para movimento especulativo mais intenso.

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