Praticamente, só deu política brasileira. Na última semana de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da República, os holofotes se voltaram à segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, denunciado mais uma vez pelo Ministério Público Federal, foi outro protagonista do noticiário, com seu depoimento em que tentou desqualificar o ex-ministro Antonio Palocci. A prisão dos irmãos Batista também concorreu às manchetes. Por fim, mais um míssil da Coreia do Norte disparado sobre o Japão ganhou destaque na imprensa mundial.
Na nova denúncia contra Temer, apresentada ao STF, Janot o acusa dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. A delação do doleiro Funaro serviu de base para a denúncia. Entre outras coisas, ele diz ter buscado R$ 1 milhão de Temer, da Odebrecht, e enviado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Segundo Janot, Temer era o líder de uma organização criminosa que recebia propina por atuações em estatais, além do Ministério da Integração Nacional e da Câmara dos Deputados. Os valores somam R$ 587 milhões, de acordo com a denúncia.
Foram denunciados ainda (por pelo menos um dos crimes) Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil), Moreira Franco (ministro da Secretaria Geral da Presidência), Geddel (ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência), Eduardo Cunha (ex-presidentes da Câmara), Henrique Eduardo Alves (ex-presidente da Câmara), Rodrigo Rocha Loures (ex-deputado), Joesley Batista (dono do grupo J&F) e Ricardo Saud (diretor de relações institucionais do grupo J&F).
Os executivos do J&F, que haviam recebido imunidade penal em troca do acordo de delação, terão de responder, agora, por eventuais crimes, pois seus benefícios foram cancelados após o vazamento do áudio com a participação do procurador Marcelo Muller. Joesley e Sued tiveram prisão preventiva decretada.
Existe uma expectativa de que a segunda denúncia seja barrada na Câmara, a exemplo da primeira.
Janot , que apareceu em uma foto ao lado do advogado de Joesley no início da semana, deixa a Procuradoria-Geral ao fim desta semana. Raquel Dodge assume.
Em Curitiba, Lula disse ao juiz Sérgio Moro que Palocci é mentiroso.
No Rio, o ex-governador Anthony Garotinho foi preso.
Lá fora, a ONU estuda sanções contra a Coreia do Norte pelo disparo de mais um míssil. Nos Estados Unidos, a mobilização neste momento gira em torno dos estragos causados pelos furacões.
Na esfera econômica, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou nova recuperação, uma alta de 0,41% em julho. Na economia norte-americana, dados de emprego e inflação elevaram a probabilidade de mais uma alta de juros este ano.
Nesse contexto, o Ibovespa bateu seu recorde histórico esta semana, acima dos 74 mil pontos, testando os 75 mil. No pregão desta quinta-feira, fechou em ligeira queda em função da nova denúncia contra Temer e com os papéis da Vale (SA:VALE3) em baixa. O índice caiu 0,18%, para 74.656 pontos. No mercado de câmbio, o dólar recuou 0,72%, cotado a R$ 3,115.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 15/9, às 10h.