Os preços internos da soja recuaram nos últimos dias, voltando aos patamares observados em abril deste ano, quando a colheita estava sendo finalizada. Conforme colaboradores do Cepea, as expectativas de safras recordes no Brasil e nos Estados Unidos e a baixa liquidez no mercado doméstico foram os principais fatores de pressão. As quedas de preços preocupam sojicultores, tendo em vista o elevado grau de endividamento de alguns, ainda que em contexto regional, e a disponibilidade de crédito restrita. Entre 26 de agosto e 2 de setembro, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), recuou 2,3%, fechando a R$ 79,64/saca de 60 kg na sexta-feira, 2. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, foi de R$ 75,72/sc no dia 2, 3% menor no mesmo período.
MILHO: Comprador se retrai, liquidez diminui e preço cai
Os valores do milho caíram com mais força na semana passada no mercado interno. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio da colheita, que está na reta final, e da retração de compradores, que recebem o cereal já contratado e ajustam o consumo de acordo com a efetiva necessidade. Mesmo com as recentes quedas, ainda é expressivo o diferencial entre os preços interno e externo. As cotações do milho no Brasil superam em mais de 80% as da Bolsa de Chicago (CME Group) e estão 30% acima dos valores FOB nos portos argentinos. Esse cenário favorece a retração de compradores. Entre 26 de agosto e 2 de setembro, o Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu 1,7%, fechando a R$ 42,96/saca de 60 kg na sexta-feira, 2. A liquidez também se manteve baixa no período.
MANDIOCA: Redução da oferta sustenta cotações
Os preços da mandioca seguiram firmes na última semana na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, com média de R$ 365,88/tonelada (R$ 0,6363 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 0,5% abaixo do período anterior. Chuvas no período prejudicaram a colheita, ao mesmo tempo em que indústrias de farinha e fécula passaram a demandar maiores quantidades de raiz – entre 29 de agosto e 2 de setembro, o volume de mandioca processado diminuiu 27% frente ao mesmo período do ano passado. Além do clima desfavorável, segundo pesquisadores do Cepea, a menor disponibilidade de raízes de segundo ciclo também teve influência no cenário de baixa oferta.