Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer começou nesta quarta-feira as negociações com as bancadas da base aliada no Senado, na tentativa de chegar a um texto consensual para a reforma da Previdência antes mesmo da votação na Comissão Especial da Câmara.
Os senadores elogiaram a decisão de Temer, anunciada ontem, de ter retirado da proposta de reforma os Estados e municípios. De acordo com o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), houve consenso de que a retirada foi um movimento positivo e irá ajudar na tramitação da proposta.
"Não facilita, mas distensiona um ponto que era difícil", disse.
Houve, no entanto, críticas ao fato de o governo ter mudado de posição neste momento. De acordo com uma fonte que acompanhou o encontro, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) afirmou que, se não era necessário desde o início não deveria ter entrado na proposta.
O tom geral, no entanto, foi de concordância de que a mudança irá ajudar na tramitação, mesmo causando desagrado aos governadores.
A reunião foi a primeira de Temer com os senadores. Em conversa com a Reuters na terça-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) explicou que o presidente irá se reunir com todas as bancadas do Senado para negociar o relatório final da reforma antes mesmo da votação na Comissão Especial da Câmara.
A intenção é ter um texto consensual para facilitar a tramitação no Senado. "Vai ter negociação ainda, vai ter reclamação, mas a intenção é já ter um relatório de consolidação para ser analisado aqui", disse.
Para facilitar o trabalho, explicou o senador, o presidente deve anunciar nos próximos dias pontos em que o governo pode mexer na proposta de reforma. A retirada dos Estados e municípios já foi um desses movimentos.