Bruxelas, 1 fev (EFE).- A Comissão Europeia vetou nesta quarta-feira a fusão das bolsas de Frankfurt e de Nova York por considerar que a junção implantaria um "quase monopólio" no comércio de derivados financeiros europeus.
"Estes mercados estão no coração do sistema financeiro e é crucial para a economia europeia que seja mantida a concorrência", justificou em comunicado o vice-presidente do Executivo comunitário Joaquín Almunia.
A operação - com o objetivo de criar a maior bolsa do mundo em faturamento, lucro e valor de mercado - fica bloqueada em virtude das normas comunitárias de concorrência como já havia sido antecipando.
Como indicou a Comissão Europeia, a união entre os operadores da bolsa nova-iorquina NYSE Euronext e a alemã Deutsche Börse colocaria nas mesmas mãos mais de 90% do comércio global de derivados europeus.
"A intervenção da Comissão mostrou que seria pouco provável que novos concorrentes entrassem com sucesso no mercado para representar uma ameaça competitiva crível à companhia originária da fusão", explicou Bruxelas.
NYSE Euronext e Deutsche Börse ofereceram à Comissão Europeia a venda de certos ativos e outros compromissos para tentar obter a autorização, mas segundo a Comissão Europeia estes não eram suficientes para resolver os problemas detectados.
"Tentamos encontrar uma solução, mas as opções oferecidas estavam longe de acabar com as preocupações", garantiu Almunia, responsável de Concorrência no Executivo da União Europeia.
Em dezembro, as autoridades responsáveis nos Estados Unidos deram o sinal verde à fusão com a condição de que a bolsa alemã realizasse algumas cessões.
Calcula-se que a nova entidade teria uma fração de mercado de 40% na negociação de derivados dos Estados Unidos, percentual que seria de 95% na Europa.
As duas sociedades acordaram a união no início do ano passado, com um pacto pelo qual a Deutsche Börse teria 60% da nova empresa combinada e NYSE Euronext os 40% restantes.
Com a operação nascia a maior plataforma da bolsa para colocar e negociar ações, uma empresa com valor de mercado de 7,4 bilhões de euros e 7 mil empregados.
Quando anunciaram o acordo, a Deutsche Börse e a NYSE Euronext esperavam alcançar um faturamento conjunto de 4,1 bilhões de euros e lucro (Ebitda) de 2,1 bilhões de euros.
Calculavam, além disso, que a fusão permitiria economizar até 300 milhões de euros em custos em três anos após a execução da operação.
Nas últimas semanas, a própria operadora da Bolsa de Nova York reconheceu que o mais provável era Bruxelas bloquear o negócio, anúncio que derrubou as cotações das empresas. EFE