Londres, 9 fev (EFE).- Nove extremistas islâmicos de um grupo inspirado na organização terrorista Al Qaeda foram condenados à prisão nesta quinta-feira por um tribunal britânico por terem planejado instalar uma bomba na Bolsa de Londres.
Seis dos nove condenados, todos eles detidos em dezembro de 2010, receberam penas entre 5 anos e 16 anos e 10 meses de prisão na corte londrina de Woolwich.
Outros três membros do grupo, que reunia recursos para organizar um campo de treinamento para terroristas no Paquistão, receberam sentenças "indeterminadas", algo que a legislação britânica contempla desde 2003 para os réus considerados especialmente perigosos para a segurança pública.
Esse tipo de pena define o período mínimo que um prisioneiro deverá permanecer detido, mas sua libertação não dependerá unicamente desse prazo, mas da futura avaliação que as autoridades fizerem sobre sua periculosidade.
Mohammed Shahjahan, de 27 anos, recebeu uma pena mínima de oito anos e dez meses, enquanto Usman Khan, de 20, e Nazam Hussain, de 26, foram condenados a pelo menos oito anos de prisão.
Os três pretendiam recrutar cidadãos britânicos para que fossem transferidos ao Paquistão e recebessem instrução em atividades terroristas.
Os membros do grupo procediam de Londres, Cardiff (Gales) e Stoke-on-Trent (centro da Inglaterra).
Shahjahan, apontado por outros réus como o líder do grupo, tinha dado nos últimos anos diversas entrevistas a meios de comunicação britânicos.
Em um programa transmitido pela cadeia pública "BBC" em março de 2010, que reunia histórias sobre muçulmanos no Reino Unido, Shahjahan apareceu falando sobre a possibilidade de implantar a Sharia (lei islâmica) no país.
Durante o julgamento desta quinta, entre os argumentos da defesa, o advogado de Shahjahan, Andrew Hall, afirmou que o campo de treinamento que o réu planejava organizar na Caxemira - região dividida entre Índia e Paquistão - teria dado formação para disparar armas de fogo, mas não para implantar explosivos.
Hall assinalou que a intenção do grupo era que as pessoas recrutadas para o campo de treinamento acabassem lutando na Caxemira, embora tenha admitido que existia o "risco" de alguns deles voltarem ao Reino Unido após a instrução. EFE