BERLIM (Reuters) - A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos grampeou telefonemas envolvendo a chanceler alemã, Angela Merkel, e seus conselheiros mais próximos durante anos e também espionou funcionários de seus antecessores, afirmou o WikiLeaks nesta quarta-feira.
Um relatório divulgado pelo grupo sugeriu que a espionagem da NSA sobre Merkel e seu gabinete havia sido realizada por muito mais tempo e mais amplamente do que se tinha conhecimento.
O WikiLeaks afirmou que a NSA teve como alvo vigilância de longo prazo sobre 125 números de telefone de altos representantes do governo alemão.
A notícia ameaça renovar as tensões entre a Alemanha e os EUA um mês após os países terem concordado em deixar esse assunto para trás. O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou na região alemã da Bavária que as duas nações eram "aliadas inseparáveis".
O WikiLeaks publicou o que disse ser interceptações da NSA sobre conversas de Merkel, e dados listam números de telefones para a chanceler, seus assessores, seu gabinete e até mesmo seu aparelho de fax.
"Os nomes associados com alguns dos alvos indicam que a espionagem à chancelaria é anterior a Angela Merkel, já que inclui assessores do ex-chanceler Gerhard Schroeder (que ocupou o gabinete de 1998 a 2002), e seu antecessor Helmut Kohl", acrescentou o WikiLeaks em comunicado.
O governo alemão ainda não se pronunciou sobre o assunto.