Por Abhishek Madhukar e Rupam Jain
DHARAMSALA/NOVA DHÉLI (Reuters) - Dezenas de milhares de tibetanos que vivem em exílio na Índia e em outros locais irão votar no próximo domingo para eleger um líder político, na esperança de que o exercício democrático ajude a manter viva a luta para obter autonomia completa para o Tibete, que é controlado pela China.
A segunda votação deste tipo é resultado de uma decisão do Dalai Lama, quem tem 80 anos e recebeu o Prêmio Nobel da Paz, de abdicar de sua autoridade política e depositá-la em um sistema democrático que sobreviva sua morte.
As preocupações com a saúde do líder espiritual, que viaja constantemente, desde sua internação em um hospital dos Estados Unidos neste ano para um tratamento, enfatizaram a importância da votação para manter viva a questão tibetana.
O "Sikyong", ou líder eleito, será responsável unicamente pelas decisões políticas e diplomáticas. Mas existe muita incerteza sobre como será escolhido o sucessor do carismático monge, que já começa a se afastar dos holofotes.
O budismo tibetano prega que a alma de um lama mais velho reencarna no corpo de uma criança depois que ele morre. A China diz que precisa aprovar a reencarnação do Dalai Lama, que fugiu para o exílio em 1959 após um levante fracassado.
"Ainda que a China tente selecionar o próximo Dalai Lama, os tibetanos continuarão a ter um líder eleito fora do controle do Partido Comunista", disse P.D. Mukherji, professor de estudos chineses da Universidade Jawaharlal Nehru de Nova Délhi.