(Reuters) - A produção de farelo e de óleo de soja deve bater recorde este ano, segundo estimativas atualizadas nesta segunda-feira pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que apontou também que o processamento da oleaginosa aumentou 6,6% no primeiro semestre em meio a uma safra maior que a esperada.
O país deve produzir 37,2 milhões de toneladas de farelo em 2022, 200 mil a mais ante projeção do mês anterior, e 9,85 milhões de óleo, aumento de 50 mil toneladas em relação à última estimativa, com uma firme demanda local e também no exterior.
Os recordes anteriores na produção, para ambos os produtos, tinham sido registrados em 2021, com 36,771 milhões de toneladas de farelo e 9,638 milhões de toneladas de óleo.
As exportações de óleo de soja devem atingir o maior volume desde 2008, com 2,15 milhões de toneladas, compensando a mistura menor de biodiesel no diesel este ano, de 10%, em relação a 2021, quando variou de 10% a 13%.
O farelo também deve registrar recorde na exportação, de 18,6 milhões de toneladas, após aumento de 100 mil toneladas em relação à estimativa anterior da Abiove.
Em relação ao consumo interno, as projeções se mantiveram estáveis, em relação à estatística anterior, tanto para o farelo quanto para o óleo de soja, com 18,1 milhões e 7,9 milhões de toneladas, respectivamente.
PROCESSAMENTO HISTÓRICO
O processamento de soja no Brasil em 2022 deve crescer cerca 800 mil toneladas ante 2021, para o patamar histórico de 48,6 milhões de toneladas, aumento de 300 mil ante a previsão de julho.
Essa reavaliação foi possível após um ajuste no total da safra, cuja estimativa passou de 125,8 milhões para 126,6 milhões de toneladas, com a Abiove passando a considerar uma área plantada de 41 milhões de hectares, 500 mil acima da previsão anterior. A colheita de soja no Brasil já foi finalizada.
Os dados do primeiro semestre de 2022, estimados a partir da amostra, indicam um processamento de 25 milhões de toneladas de soja, aumento acumulado de 6,6% quando comparado aos primeiros seis meses do ano passado.
Com um aumento no processamento e uma safra menor que o recorde de 138,8 milhões de toneladas de 2021, os estoques finais de soja terminarão 2022 em 3,6 milhões de toneladas, versus 5,3 milhões em 2021.
(Por Rafaella Barros e Roberto Samora)