SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de soja da safra 2020/21, cujo plantio está perto do fim, alcançou até novembro 66,45% do total esperado para Mato Grosso, cerca de 20 pontos percentuais à frente da média histórica para o período, informou nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
As vendas da oleaginosa também estão adiantadas em relação à mesma época da safra passada, quando este percentual atingia 51,12% no principal Estado produtor da cultura.
Na variação mensal, porém, houve avanço de somente 2,08 pontos percentuais, com agricultores mais apreensivos sobre os efeitos do atraso no plantio causado pela seca.
Pesquisa publicada pela Reuters na última semana mostrou que o Brasil, maior produtor e exportador global de soja, ainda caminha para colher uma safra recorde em 2020/21, mas perdeu potencial produtivo pela falta de chuvas.
Apesar do cenário, seguem as vendas da commodity para a temporada de 2021/22, que será plantada a partir de setembro do ano que vem.
Dados do Imea mostram que a comercialização para a próxima safra atingiu 12,97% até o fim de novembro, número que supera com folga a média dos últimos anos (0,14%) e representa avanço de 2,57 pontos no comparativo mensal.
MILHO E ALGODÃO
As vendas de milho 2020/21 alcançaram até o mês passado o patamar de 62,69% da safra, de acordo com o Imea, também 20 pontos percentuais à frente da média histórica.
No mesmo período da temporada passada, o percentual registrado em Mato Grosso era de 51,62%.
Para o ciclo de 2021/22, o Estado já vendeu 6,65% do cereal, comercialização que, na safra anterior, começou a ser reportada somente em meados de janeiro.
O milho remanescente da temporada passada, de 2019/20, ainda está sendo vendido. Até o fim de novembro, foram registrados 97,9%, ante 96,73% no mês anterior e 95,39% na média histórica.
No mercado de algodão, a comercialização da pluma atingiu 51,83% da produção esperada para a safra 2020/21-- que tende a ser afetada pelo atraso no plantio da soja. No mês anterior, a média era de 49,28% para o Estado líder na produção da cultura.
Com cenário de maior incerteza em função da oleaginosa, as vendas de algodão estão atrasadas em relação ao mesmo período do ano passado (66,67%) e à média histórica (56,51%), conforme dados do Imea.
(Por Nayara Figueiredo)