SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil em 2020/21 deverá atingir um recorde de 131 milhões de toneladas, com um aumento na área de cultivo, indicou nesta terça-feira o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) no país.
Em 2019/20, segundo o representante norte-americano no país, a colheita brasileira atingiu 125,6 milhões de toneladas.
O adido também projeta exportações recordes de 85 milhões de toneladas na temporada 2020/21 (fevereiro de 2021 a janeiro de 2022), "superando com facilidade o recorde anterior, estabelecido em 2017/18, quando o Brasil exportou 83,7 milhões de toneladas". Na temporada 2019/20, foram embarcados 82 milhões de toneladas.
A estimativa para a área semeada com a oleaginosa no Brasil em 2020/21 foi mantida em 38,5 milhões de hectares, avanço frente aos 36,9 milhões de hectares na temporada anterior, com menções aos preços domésticos sem precedentes da soja.
Na véspera, o valor da oleaginosa em Paranaguá (PR), um dos referenciais do Brasil, atingiu um recorde de 156,02 reais por saca, superando uma marca de 2012, diante da redução de estoques frente à firme demanda, segundo o centro de estudos Cepea.
"A maior parte das áreas ainda está seca demais para plantar... Embora haja preocupação para o plantio das segundas safras caso a semeadura de soja não tenha início até meados de outubro, neste momento não há impactos para as produtividades da soja, desde que os padrões climáticos se mantenham normais no restante da temporada de cultivo", afirmou o representante do USDA em relatório.
Em meio ao "boom" das exportações, o adido também elevou as expectativas de importação de soja do Brasil a 500 mil toneladas na temporada 2020/21, ante 350 mil toneladas projetadas em julho, e 900 mil toneladas em 2019/20.
O processamento local de soja deverá atingir 45,5 milhões de toneladas, ante 44 milhões em 2019/20.
(Por Gabriel Araujo, com reportagem adicional de Julie Ingwersen, em Chicago)