Os agricultores da Argentina venderam até a semana passada 51,6% do total de 44 milhões de toneladas de soja da safra 2021/22, volume abaixo dos 62% reportados na mesma data da temporada anterior, informou nesta terça-feira o Ministério da Agricultura do país.
A produção de soja na safra 2020/21 foi de 46 milhões de toneladas na Argentina, maior exportador mundial de óleo e farelo derivados da oleaginosa, segundo dados do governo.
Entre 18 e 24 de agosto, produtores locais venderam 350 mil toneladas de soja desta temporada para agroexportadores.
O ritmo mais lento das vendas ocorre em um momento em que a Argentina enfrenta escassez de reservas cambiais e uma crise inflacionária, o que levou muitos agricultores a esperar uma desvalorização que melhoraria o valor de seus grãos, pelos quais recebem dólares para exportar.
Em relação ao milho 2021/22, os produtores já venderam 64% da safra, sem alterações em relação ao ritmo de vendas do grão reportado na mesma data do ano passado.
Para o governo, que em seus cálculos inclui o cereal utilizado nos campos como forragem, a safra de milho 2021/22 foi de 59 milhões de toneladas, ante 60,5 milhões no ciclo anterior.
A colheita de soja e milho para a safra 2021/22 já está concluída e a semeadura para o ciclo 2022/23 começará na Argentina entre setembro e outubro.
Em relação ao trigo para a campanha 2022/23, cuja colheita começa em novembro, até a semana passada os agricultores haviam comercializado 5,2 milhões de toneladas. O governo ainda não estimou a colheita para a nova campanha de cereais.
A Bolsa de Comércio de Rosário estimou a produção de trigo 22/23 em 17,7 milhões de toneladas.
(Reportagem de Maximilian Heath)