Por Juana Casas
(Reuters) - Especialistas disseram nesta quinta-feira que os países da América Latina precisam estar em alerta máximo para a transição do fenômeno El Niño para o La Niña, deixando populações e plantações com pouco tempo para se recuperarem da mudança. O El Niño e suas chuvas abundantes podem em breve se transformar em secas causadas pelo La Niña, bem como numa intensa temporada de furacões na América do Sul, disseram especialistas em um painel organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O ciclo climático total envolvendo El Niño, La Niña e a fase neutra costuma demorar entre dois e sete anos. Mas especialistas afirmaram que o período de transição do El Niño para o La Niña está cada vez menor. “Acabamos de ver acontecer", afirmou Yolanda González, diretora do Centro Internacional de Pesquisa do Fenômeno El Niño. “Há um ano saímos do La Niña, e em março já havia sinais do El Niño.” “Agora em março, abril já há sinais do La Niña. Não conseguimos ainda nos recuperar do impacto”, acrescentou. Na América do Sul, o clima pode afetar plantações de alimentos, como as de trigo e milho, prejudicando países dependentes das commodities. O fenômeno não é causado pelas mudanças climáticas, afirmaram à Reuters equipes técnicas da FAO, mas especialistas notaram que os efeitos do padrão do clima, como chuvas, ondas de calor e secas, tornaram-se mais intensos. (Reportagem de Juana Casas; texto de Kylie Madry)
((Tradução Redação São Paulo))
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