SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de milho do Brasil, segundo exportador global do cereal, deverá somar entre 31 milhões e 32 milhões de toneladas neste ano, um volume menor do que o previsto anteriormente, apontou nesta terça-feira o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.
Até o mês passado, a Anec esperava uma exportação de milho do Brasil entre 34 milhões e 35 milhões de toneladas neste ano.
Segundo ele, uma grande oferta dos Estados Unidos, os maiores produtores e exportadores globais, poderá atrapalhar os planos de exportadores brasileiros.
"É possível que no milho a gente tenha alguma complicação, o preço do petróleo caiu muito e vai sobrar milho nos EUA", disse ele, em referência ao fato de que os norte-americanos produzirem etanol a partir de milho.
A pandemia de coronavírus reduziu drasticamente o consumo de etanol nos EUA, assim como o de combustíveis fósseis, o que faz com que uma menor quantidade de milho seja destinada para a produção do biocombustível.
Durante uma webinar promovida pela consultoria Datagro, Mendes ponderou não saber até que ponto a maior oferta de milho nos EUA poderá prejudicar o Brasil, acrescentando que os preços do produto podem ser pressionados.
"Mas eu diria que dá pra gente ficar... levantar as mãos e dizer que está tudo bem", comentou.
Já a exportação de soja do Brasil em 2020 foi estimada em 73 milhões de toneladas pela Anec, versus 73-74 milhões na previsão de março.
A oleaginosa tem sido beneficiada pela grande demanda da China, enquanto a exportação de milho do Brasil tende a ocorrer com mais frequência no segundo semestre.
(Por Roberto Samora)