BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina está considerando restabelecer uma taxa de câmbio especial para produtores de soja em uma tentativa de aumentar as exportações, disse uma fonte do governo com conhecimento do plano à Reuters nesta sexta-feira, enquanto o país precisa de dólares das vendas grãos para reabastecer suas reservas.
"Está em análise", disse a fonte ao ser questionada sobre a possibilidade de o país oferecer um câmbio diferenciado para o setor.
Mas a fonte não quis dar uma estimativa de qual seria a taxa de câmbio especial.
Um porta-voz do Ministério da Economia se recusou a comentar quando questionado pela Reuters sobre o plano.
"Houve consultas (do governo) sobre estimativas de estoques e possíveis taxas de venda" da soja, disse uma fonte, que trabalha no setor agroexportador, acrescentando que as conversas não foram além desses temas.
"Ouvi rumores, mas não do governo", disse Carlos Achetoni, presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), uma das principais associações agrícolas do país.
Os produtores argentinos venderam 72,2% das 44 milhões de toneladas de soja produzida na safra 2021/22, mostraram dados do secretaria de agricultura esta semana, abaixo 74,2% do mesmo período do ano passado.
Um estímulo à exportação de soja dado pelo governo em setembro ajudou a trazer cerca de 8,16 bilhões de dólares em reservas em moeda forte para o país, segundo o ministro da Economia, Sergio Massa.
As reservas são extremamente necessárias para fazer pagamentos futuros ao Fundo Monetário Internacional e os credores privados, diminuir o impacto sobre o peso e permitir que os importadores comprem suprimentos.
As reservas do Banco Central da Argentina são de 37,616 bilhões de dólares, ante 43,785 bilhões de dólares quando o presidente Alberto Fernandez assumiu o cargo no final de 2019, mostram os últimos dados disponíveis.
(Reportagem de Eliana Raszewsk)