Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O aumento das margens com operações de crédito e das receitas com tarifas e seguros, além do controle das despesas, sustentaram o lucro do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) no segundo trimestre, mas o banco viu um repique dos calotes após 11 trimestres em queda.
O grupo, que manteve a condição de maior banco privado do país mesmo após a compra das operações no Brasil do HSBC pelo Bradesco (SA:BBDC4), anunciou nesta terça-feira que teve lucro líquido de 5,984 bilhões de reais no período, alta de 22,1 por cento na comparação com um ano antes .
Em bases recorrentes, o lucro foi de 6,134 bilhões de reais, 23,35 maior ano a ano e pouco acima da previsão média de analistas consultados pela Reuters, de 5,74 bilhões, anunciou nesta terça-feira..
O lucro foi lastreado em parte nos maiores ganhos nas operações de crédito. A margem financeira, líquida das despesas com provisões para calotes e recuperação de crédito, subiu 1,1 por cento sobre o segundo trimestre do ano passado.
O estoque de financiamentos do banco, incluindo avais e fianças, fechou junho em 531,7 bilhões de reais, avançou 9 por cento em 12 meses, embora tenha encolhido 2,2 por cento sobre o trimestre imediatamente anterior. Os destaques mais uma vez foram as linhas consideradas de menor risco, como consignado (+52,3 por cento), e imobiliário (+20,8 por cento). Foram as únicas a crescer ante o fim de março.
A escalada do dólar, por sua vez, ajudou a carteira do Itaú (SA:ITSA4) na América Latina dar um salto de 33,9 por cento.
O banco manteve a previsão de crescimento da carteira total para 2015, de 3 a 7 por cento.
Mas o banco também viu a receita com serviços e tarifas avançarem 9 por cento ano a ano, a 6,9 bilhões de reais. E as operações com seguros deram resultado 16 por cento maior, a 1,45 bilhão de reais. Enquanto isso, a despesas administrativas subiram 4,2 por cento.
O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, foi a 3,3 por cento, subindo ante os 3 por cento do trimestre anterior, embora ainda abaixo dos 3,4 por cento de um ano antes. O indicador só não chegou a 3,5 por cento porque o banco excluiu uma operação de uma empresa cujo nome não foi revelado, que foi transferida.
A provisão no trimestre para perdas com calotes somou 4,387 bilhões de reais, recuo de 1,5 por cento na base sequencial, devido a maiores receitas com recuperação de crédito. Na comparação anual, porém, houve um salto de 35,8 por, devido a maiores provisões para grandes empresas.
De abril a junho, o retorno sobre o patrimônio líquido médio do Itaú Unibanco foi de 24,2 por cento, estável na comparação sequencial e alta de 0,9 ponto percentual ante mesma etapa de 2014. Em termos recorrentes, o índice conhecido como ROE foi de 24,8 por cento, ante 23,7 por cento de um ano antes.
(Edição de Luciana Bruno e Priscila Jordão)