Por Jack Kim e Ju-min Park
SEUL (Reuters) - A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, enfrenta um equilíbrio delicado entre em rápido desenvolvimento das relações do país com a China e a pressão dos Estados Unidos para que melhore os laços com o Japão, num momento em que será a anfitriã da primeira cúpula nos últimos três anos envolvendo os três países asiáticos.
A cúpula de domingo será um avanço diplomático para o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que tem procurado manter reuniões lado a lado com Park em meio à pressão de Washington para que seus dois principais aliados da Ásia superem sua história amarga da guerra num contexto de uma China cada vez mais assertiva.
"Ao longo dos anos, nós conduzimos uma diplomacia cada vez mais madura, tanto com os Estados Unidos como com a China", disse um alto funcionário sul-coreano à Reuters. "No caso do Japão, as coisas têm sido mais difíceis, mas reconhecemos que precisamos seguir em frente."
As relações sul-coreanas e chinesas com o Japão têm sido abaladas por aquilo que consideram como um erro dos líderes japoneses na expiação adequada das atrocidades de tempo de guerra, em particular, para a Coreia do Sul, no caso das chamadas "mulheres de conforto", coreanas, em sua maioria, forçadas à prostituição em bordéis militares japoneses.
"A China não está pronta, a Coreia (do Sul) não está pronta, mas os americanos querem que o Japão e a Coreia fiquem juntos", disse o ex-diplomata japonês Kunihiko Miyake.
Park tem trabalhado duro para aproximar politicamente a Coreia do Sul e a China, países que mantêm uma das maiores parcerias do mundo em negócios, e para isso já se reuniu por seis vezes com o presidente chinês, Xi Jinping. Ela manterá um quinto encontro com o premiê Li Keqiang, em Seul.
Poucos esperam um transbordamento de boa vontade, mas para Park a ocasião oferece uma oportunidade para ser vista abordando questões de interesse regional, incluindo a promoção de laços comerciais e o combate ao programa armamentista da Coreia do Norte.
"Acho provável que a cooperação econômica tenha lugar de destaque", disse o chefe de gabinete japonês Yoshihide Suga, em entrevista coletiva.
A cúpula vem sendo realizado anualmente desde 2008 para discutir a cooperação econômica, mas foi interrompido a partir de 2012 em meio a tensões diplomáticas.
(Reportagem adicional de Linda Sieg, Kiyoshi Takenaka e Stanley White, em Tóquio, e Ben Blanchard, em Pequim)