Por Jeff Mason e Roberta Rampton
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou críticos de satisfazerem a vontade do Estado Islâmico e teve como alvo o principal pré-candidato republicano à Presidência, Donald Trump, em um discurso na noite de terça-feira com intenção de cimentar seu legado e definir um tom positivo para o último ano no cargo.
Obama, durante seu último discurso anual do Estado da União ao Congresso como presidente, pediu que líderes "consertem" a política norte-americana e criticou candidatos como Trump por usarem retóricas antimuçulmanas, que traem valores norte-americanos.
"Quando políticos insultam muçulmanos... isso não nos deixa mais seguros", disse, recebendo aplausos da plateia na Câmara dos Deputados. "É errado. Nos diminui aos olhos do mundo. Torna mais difícil alcançar nossas metas".
Trump, a quem Obama não mencionou diretamente durante seu discurso, lidera as pesquisas republicanas para a eleição de 8 de novembro.
Obama buscou contrastar sua visão mais otimista do futuro dos Estados Unidos com a dos candidatos republicanos que tentam substituí-lo.
Ele disse que é "ficção" descrever o país como estando em declínio econômico. Enquanto reconheceu que a Al Qaeda e Estado Islâmico representam uma ameaça direta aos norte-americanos, ele disse que comparar o esforço para derrotar os militantes que controlam faixas do Iraque e Síria à Terceira Guerra Mundial deu ao grupo o que pretendia.
"Diversos combatentes nas caçambas de caminhonetes, almas retorcidas planejando em apartamentos ou garagens: eles representam um perigo enorme aos civis; eles devem ser parados. Mas eles não ameaçam nossa existência nacional", disse.
Os republicanos afirmam que a estratégia do presidente na defesa contra o Estado Islâmico é falha e insuficiente.