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Campanha pela permanência britânica na UE ganha apoio e anima mercados

Publicado 20.06.2016, 11:31
© Reuters. Bandeiras da Grã-Bretanha e União Europeia vistas em Londres

Por Estelle Shirbon e Elizabeth Piper

LONDRES (Reuters) - Montadoras de veículos e times de futebol declararam seu apoio à permanência da Grã-Bretanha na União Europeia nesta segunda-feira, quando pesquisas de intenção de voto mostraram que a campanha do "fica" ganhou terreno, fortalecendo o mercado de ações e a libra esterlina três dias antes do referendo.

Além disso, a ex-co-presidente do conselho do governista Partido Conservador Sayeeda Warsi rompeu com os defensores da saída do bloco, acusando-os de disseminarem mentiras, ódio e xenofobia.

Os britânicos irão votar na quinta-feira em um referendo que irá não somente moldar o papel do país no comércio mundial e em outras questões, mas também determinar o futuro da UE, que tem tido dificuldade para mostrar unidade em temas como imigração e crises financeiras.

Os dois lados retomaram a campanha no domingo, após uma suspensão de três dias em respeito à parlamentar pró-UE Jo Cox, que foi assassinada em público por um homem que gritava "a Grã-Bretanha primeiro, mantenham a Grã-Bretanha independente, a Grã-Bretanha sempre virá em primeiro lugar".

Na semana passada, as pesquisas levavam a crer que o campo do "sai" havia conquistado uma dianteira no debate que polarizou a nação. Mas as sondagens do final de semana --algumas realizadas depois do assassinato-- indicaram que a campanha do "fica" recuperou ímpeto.

A probabilidade de os britânicos decidirem continuar no bloco de 28 nações subiu para 74,6 por cento nesta segunda-feira, um aumento em comparação com os 60-67 por cento de sexta-feira.

A libra esterlina subiu 2 por cento em relação ao dólar nesta segunda-feira, colocando a moeda a caminho de seu maior alta em um dia em mais de sete anos, e o índice FTSE da Bolsa de Londres subia mais de 3 por cento.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que lidera a campanha do "fica", vem se concentrando no argumento econômico ao dizer aos eleitores que uma desfiliação da UE prejudicaria salários e empregos e levaria a uma década de incertezas.

© Reuters. Bandeiras da Grã-Bretanha e União Europeia vistas em Londres

Sua causa foi fortalecida nesta segunda-feira pelos comunicados de executivos de várias montadoras, como Jaguar Land Rover, Toyota, BMW e Vauxhall, exortando os britânicos a permanecerem no bloco.

O presidente-executivo da Liga Inglesa de futebol, Richard Scudamore, também expressou seu apoio, dizendo que os 20 clubes da liga querem continuar na UE.

O referendo foi prometido por Cameron em 2013 por pressão de parlamentares eurocéticos de seu próprio Partido Conservador --que, como o restante do país, vem se mostrando dividido no debate. 

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