Rio de Janeiro, 30 set (EFE).- A candidata da situação à
Presidência, Dilma Rousseff, freou a queda registrada nas últimas
pesquisas eleitorais e, embora mantenha ampla vantagem sobre os
outros candidatos, ainda não está descartada a possibilidade de
haver segundo turno nas eleições brasileiras.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira
pelo jornal "Folha de S. Paulo", se as eleições fossem hoje, Dilma
(PT) teria 47% das intenções de voto, enquanto José Serra (PSDB)
alcançaria 28%, seguido por Marina Silva (PV), com 14%.
O levantamento ouviu 13.195 eleitores em 480 municípios entre a
terça e a quarta-feira.
Na enquete anterior, a petista tinha 46%, enquanto Serra e Marina
apresentavam as mesmas percentagens da pesquisa de hoje para as
eleições do próximo domingo.
Se forem levados em conta apenas os votos válidos (excluídos os
em branco e os nulos), as intenções de voto em Dilma, que havia
caído de 57%, há 15 dias, para 51%, na segunda-feira, subiu para 52%
na quarta-feira, segundo a pesquisa. Já Serra teria 31% dos votos
válidos, enquanto Marina obteria 15%.
A vantagem de Dilma sobre a soma de todos os outros candidatos,
que havia registrado queda de 14 pontos percentuais para apenas
dois, se manteve igual.
Como a enquete tem margem de erro de dois pontos percentuais, as
intenções de voto da petista, levando-se em conta apenas os votos
válidos, pode estar em 50%, ou seja, no limite do percentual
necessário para descartar o segundo turno.
A legislação eleitoral brasileira prevê que um eventual segundo
turno entre os dois candidatos mais votados seria realizado em 31 de
outubro.
A vitória de Dilma no primeiro turno, que parecia se desenhar nas
últimas semanas, foi posta à prova desde que a imprensa começou a
divulgar denúncias de abuso de poder e de tráfico de influência
entre membros próximos a ela, como sua ex-assessora Erenice Guerra.
Erenice, que substituiu Dilma como ministra da Casa Civil em
março e foi durante muito tempo o braço direito da petista, teve que
renunciar ao cargo há duas semanas diante das denúncias de que
parentes seus supostamente intermediavam contratos públicos.
Segundo o Datafolha, no caso de um eventual segundo turno, Dilma
venceria com 52% dos votos, contra 39% de Serra. EFE