(Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou que a população vai compreender a elevação das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis anunciada na quinta-feira pela equipe econômica, uma vez que a medida faz parte dos esforços de responsabilidade fiscal do governo e visa ao cumprimento da meta fiscal deste ano.
"A população vai compreender porque este é um governo que não mente, não dá dados falsos, é um governo verdadeiro", disse Temer a repórteres ao chegar a Mendoza, na Argentina, na noite de quinta, para reunião de cúpula do Mercosul nesta sexta-feira.
Temer acrescentou que o aumento das alíquotas de PIS/Cofins faz parte da responsabilidade fiscal adotada pelo governo, e que foi decidido uma vez que o governo não levou em frente a possibilidade de retomar a CPMF.
"Quando você tem que manter o critério da responsabilidade fiscal, a manutenção da meta, a determinação para o crescimento, você tem que dizer claramente o que está acontecendo", disse.
A alta nas alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis tem como previsão injetar 10,4 bilhões de reais nos cofres públicos, e foi acompanhada de um contingenciamento adicional de 5,9 bilhões de reais no Orçamento, com o objetivo de assegurar o cumprimento da meta fiscal em meio à ainda cambaleante recuperação econômica.
A maior contribuição do lado dos impostos virá do aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre a gasolina, para o patamar de 0,7925 real por litro ante 0,3816 real hoje -- uma expansão de 41 centavos. A previsão de arrecadação no ano com a investida é de 5,192 bilhões de reais.
A alíquota de PIS/Cofins sobre o diesel, por sua vez, passou de 0,2480 para 0,4615 real por litro, o que deverá render à União 3,962 bilhões neste ano.
Em relação ao etanol produtor, a alíquota sofreu um ajuste mais modesto, de 0,1200 para a 0,1309 real por litro.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)