Itajubá (Brasil), 2 out (EFE).- O presidente da Eurocopter, Lutz Bertling, comprometeu-se nesta terça-feira a transferir tecnologia para o Brasil para o desenvolvimento do primeiro helicóptero 100% nacional, desde o design até a fabricação.
Bertling disse que está "preparado" para discutir com a presidente Dilma Rousseff o acordo de transferência tecnológica que teria como objetivo lançar no mercado o primeiro helicóptero totalmente brasileiro em 2020.
O responsável da Eurocopter fez o anúncio durante a inauguração de uma nova linha de produção da Helibras, filial da companhia europeia, na cidade de Itajubá, em Minas Gerais.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, comemorou o "compromisso" assumido pela empresa europeia, o que dará um "grande impulso" para a indústria do país.
"A decisão da companhia francesa reflete a percepção de que o Brasil pode ser um centro de produção mundial de helicópteros, inicialmente para a América do Sul e América Latina, para vários tipos de helicópteros", disse Amorim em declarações a jornalistas.
Com a nova fábrica da Helibras inaugurada hoje, 50% das peças dos helicópteros serão fabricados em território nacional.
Durante a inauguração, a Helibras assinou um contrato com a companhia Inbra Aerospace para o fornecimento da blindagem do modelo EC725.
Inicialmente, a nova linha de produção se encarregará da fabricação de 50 helicópteros militares EC725 comprados pelas Forças Armadas em 2008 por R$ 4,96 bilhões.
Os quatro primeiros helicópteros já foram entregues, outros três estão previstos para o fim deste ano e o restante até o final de 2017.
A Helibras também vai produzir a versão civil da mesma aeronave, o modelo EC225, que está orientado para operações offshore (transporte entre o continente e as plataformas de petróleo), e o modelo AS350 Esquilo, um helicóptero de pequenas dimensões e o mais vendido no mercado nacional.
A nova unidade da fábrica tem 12.500 metros quadrados e exigiu um investimento de R$ 420 milhões.
Para atender à demanda de produção, a Helibras dobrou o número de trabalhadores, de 300 para 700 empregados. EFE
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