Por Jeff Mason e Daniel Trotta
DALLAS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiou entusiasticamente a Associação Nacional do Rifle (NRA) nesta sexta-feira, prometendo não recrudescer leis norte-americanas de armas apesar de sugerir após um ataque a tiros em uma escola na Flórida que iria atacar o poderoso grupo de direitos de armas.
Na convenção anual da NRA em Dallas, Trump pediu novamente para armar professores e aumentar segurança nas escolas para evitar futuros ataques a tiros em massa como o que aconteceu em fevereiro em Parkland, na Flórida, que deixou 17 mortos. Tais medidas são apoiadas pela NRA.
Com controle republicano no Congresso dos EUA em disputa nas eleições de novembro, Trump usou a plataforma da NRA para retomar uma retórica que usou em 2016 para incentivar eleitores pró-armas, alertando que democratas estão determinados a tirar armas de norte-americanos.
Trump não mencionou propostas para controle de armas que tentativamente apresentou no passado, como o aumento da idade mínima para compra de rifles. A NRA se opôs a isto e a outros limites em vendas de armas alegando violação do direito de posse de armas sob a Segunda Emenda da Constituição dos EUA.
Parlamentares democratas geralmente apoiam leis mais rígidas para armas, mas propostas específicas que apoiam, como verificações universais de antecedentes e uma proibição de fuzis de estilo militar, não iriam alterar a Segunda Emenda.
“Seus direitos da Segunda Emenda estão sob cerco. Mas eles não irão nunca, nunca, estar sob cerco enquanto eu for seu presidente”, disse Trump para uma multidão. “Nós precisamos eleger republicanos.”
O massacre em Parkland na escola Marjory Stoneman Douglas em 14 de fevereiro parece ter marcado um momento decisivo no longo debate norte-americano sobre armas, gerando um movimento liderado por jovens por controle mais rígido de armas.
Dias após o ataque a tiros, Trump prometeu ação sobre regulações de armas e em encontro com autoridades estaduais disse sobre a NRA: “Nós precisamos lutar contra ela de vez em quando”.
Mas desde então nenhum novo grande controle federal de armas foi imposto, embora o governo esteja buscando uma proibição dos chamados “bump stocks”, que permitem que um rifle semiautomático dispare um fluxo constante de balas. Esses dispositivos foram usados no ataque a tiros em massa em outubro de 2017 em Las Vegas, que matou 59 pessoas.
“Não estou feliz com a questão dos ‘bump stocks’, mas no geral estou muito feliz com ele. Melhor presidente de todos”, disse o contador de 62 anos Richard Brinkman, da Flórida, que assistiu ao discurso de Trump.
Conforme Trump falava, subiam ações de fabricantes de armas. Vendas de armas tipicamente crescem por preocupações após ataques em massa.
“Nossos corações se partem por cada americano que sofreu os horrores deste ataque a tiros na escola”, disse Trump sobre o ataque em Parkland.