RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira que o ano que vem será "muito difícil" e repetiu que em um eventual governo seu a política econômica terá "previsibilidade"
"A nossa eleição vai sinalizar a baixa dos juros em longo prazo e o resgate dos investimentos", afirmou o candidato durante sabatina do jornal O Globo, no Rio de Janeiro, ao ser perguntado como sairia de uma situação de inflação acima da meta e baixo crescimento.
O tucano afirmou ter uma meta ousada de investimento de 24 por cento do PIB até o fim do mandato. A taxa de investimento atual é de 16,5 por cento do PIB, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Aécio afirmou ainda que entre os empresários "está todo mundo temeroso". "Está todo mundo aguardando", disse.
Ao ser questionado se há necessidade de "tomar medidas amargas", como afirmou antes, o tucano voltou a dizer que sob o atual governo essa situação já existe.
"Amargas o governo fez todas as medidas. Fez desandar a economia brasileira", disse.
Se for vitorioso em outubro, Aécio disse que apresentaria uma simplificação do sistema tributário, "já na largada".
"Porque você falar em diminuição da carga enquanto os gastos correntes aumentam é uma falácia",
O tucano voltou a criticar a presidente por ter antecipado que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não estará em seu ministério em um segundo mandato.
"Dilma, ao antecipar uma decisão como essa (demissão do Mantega), ela antecipa a fragilidade da equipe econômica", disse. "Esse governo acabou antes da hora. Encerrou, fechou as portas."
CONFIANÇA NA RECUPERAÇÃO
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, lideradas por Dilma e pela candidata do PSB, Marina Silva, Aécio reiterou sua confiança de que vai recuperar o voto de quem quer mudança.
"Estou absolutamente convencido de que no momento da eleição vai haver a possibilidade de comparar as trajetórias. Estou oferecendo ao Brasil minha experiência de administrador público", afirmou. "O Brasil não é para iniciantes."
O tucano defendeu ainda o fim da releição, com mandato de cinco anos, como já havia feito antes.
"Eu acho que a reeleição faz mal ao Brasil. Digo isso porque fui reeleito, e sei como é. A atual presidente acabou por desmoralizar a reeleição. Não tem diferença entre o público e o privado."
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)