Investing.com – O Barclays (LON:BARC) projeta que o Federal Reserve realizará mais um corte de 25 pontos-base na taxa de juros em dezembro, conforme revelam os detalhes da ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) realizada nos dias 6 e 7 de novembro.
De acordo com o banco, o documento evidencia uma inclinação do Fed para um ciclo de flexibilização gradual, condicionado às tendências do mercado de trabalho e aos indicadores de inflação.
O documento revela uma transição da abordagem de "recalibragem" de 50 pontos-base, vista em setembro, para uma estratégia mais moderada, com o comitê focado em aproximar a taxa de juros de uma postura neutra. Essa mudança reflete a percepção de que os riscos negativos para o emprego e a atividade econômica diminuíram.
“O gradualismo permite que o comitê ajuste a política conforme mudanças no equilíbrio de riscos,” destacou o Barclays, ressaltando as incertezas ainda existentes sobre o nível exato da taxa neutra.
Os participantes da reunião demonstraram otimismo em relação à trajetória da inflação, citando fatores como a redução do poder de precificação das empresas, expectativas inflacionárias bem ancoradas e a diminuição das pressões salariais.
Ainda assim, o Barclays observou que alguns membros do comitê manifestaram preocupações de que o processo de desinflação possa levar mais tempo do que o esperado.
O relatório de empregos de novembro será crucial para consolidar a decisão de um corte na reunião de dezembro. “Esse resultado dependerá da magnitude da recuperação no emprego formal,” explicou o Barclays.
Projeções futuras
O Barclays prevê dois cortes adicionais de 25 pontos-base em 2025, nos meses de março e dezembro, assumindo que não ocorram grandes transtornos causados por tarifas ou mudanças políticas.
Para 2026, o banco projeta outros dois cortes, em junho e setembro, o que deve levar a faixa-alvo da taxa de juros para 3,25%-3,50% até o final daquele ano.
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Embora o Fomc tenha evitado especular diretamente sobre as políticas da administração Trump, o Barclays interpreta que a ata sugere desafios relacionados à sustentabilidade de ganhos recentes no lado da oferta. Isso pode gerar tensões futuras, caso esses avanços se mostrem difíceis de manter.
Com uma postura cautelosa e ajustes graduais, o Fed parece disposto a equilibrar riscos enquanto enfrenta um ambiente econômico incerto e potencialmente influenciado por novas políticas fiscais e comerciais.