Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) surpreendeu o governo nesta quinta-feira ao realizar oferta na 6ª Rodada de Licitações de Partilha da Produção por apenas um dos três blocos pelos quais manifestou interesse de ser a operadora, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que avalia que a atuação da estatal terminou por reduzir a atratividade do leilão.
Atualmente, por lei, a Petrobras tem o direito de exercer preferência para ser a operadora de áreas que estão dentro de área delimitada do pré-sal. No leilão desta quinta-feira, ela escolheu três dos cinco blocos que seriam ofertados.
O leilão terminou por negociar apenas o bloco de Aram, vencido após uma oferta única de consórcio formado pela Petrobras, com participação de 80%, em parceria com a chinesa CNODC, por um bônus de assinatura fixo de 5,05 bilhões de reais. O lance vencedor foi o mínimo exigido, de 29,96% de excedente em óleo à União.
"O exercício de preferência da Petrobras naturalmente reduz a competitividade do certame, isso é claro, nós já manifestamos essa visão ao Congresso Nacional", disse Albuquerque.
"O fato de a Petrobras exercer o direito de preferência, já reduzindo a competitividade, e não participar, isso tem que ser efetivamente analisado e, realmente, não me parece ser de bom senso manter um regime como o que é hoje."
(Com reportagem adicional de Marianna Parraga, Gram Slattery e Roberto Samora)