DUBAI (Reuters) - A disparada dos preços do pão desencadeou protestos no Irã, nos quais algumas lojas foram incendiadas, levando a polícia a prender dezenas de "provocadores", disse a agência de notícias oficial Irna nesta sexta-feira.
As manifestações foram provocadas por um corte nos subsídios do governo para o trigo importado, que causou aumentos de preços de até 300% para uma variedade de alimentos à base de farinha.
A taxa de inflação oficial do Irã é de cerca de 40%, e alguns estimam que seja superior a 50%. Quase metade da população de 82 milhões de pessoas do Irã está agora abaixo da linha da pobreza.
O governo planeja oferecer cupons digitais nos próximos meses para quantidades limitadas de pão a preços subsidiados. O restante será oferecido a preços de mercado. Outros itens alimentares serão adicionados posteriormente.
Houve protestos dispersos em várias cidades, segundo a Irna, nos quais multidões gritaram slogans contra os aumentos de preços e algumas lojas foram incendiadas.
Ao todo, 22 pessoas foram presas.
“Apesar das tentativas dos provocadores de incitar os manifestantes, os atos terminaram com a intervenção das forças de segurança”, disse a Irna, acrescentando que a calma foi restaurada.
O maior protesto foi em Dezful, na província de Khuzestan, no sudoeste do país, onde a Irna afirmou que cerca de 300 pessoas foram dispersadas pelas forças de segurança. A agência informou ainda que 15 pessoas foram presas por "tentar criar o caos" na cidade.