Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - A Auren, geradora de energia controlada pelo grupo Votorantim e o canadense CPPIB, encerrou o segundo trimestre com um prejuízo líquido de 2 milhões de reais, 97,6% menor que o prejuízo de 86,2 milhões de reais reportado um ano antes.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 21,3%, para 298,2 milhões de reais.
O diretor financeiro da companhia, Mario Bertoncini, explica que a melhora do balanço reflete principalmente bons resultados na geração hidrelétrica, com maior preço médio dos contratos, e na eólica, com a normalização da operação de Ventos do Araripe III.
A companhia também registrou impacto positivo no trimestre de dividendos recebidos por hidrelétricas investidas, com efeito sobre o Ebitda no critério ajustado.
A receita operacional líquida da Auren totalizou 1,35 bilhão de reais no trimestre, praticamente estável (+1,3%) em relação ao segundo trimestre de 2021.
Geração
Fabio Zanfelice, CEO da Auren Energia, disse que a companhia continua "muito ativa" no mercado em busca de oportunidades de crescimento inorgânico, após ter saído de mãos vazias do leilão de privatização da geradora gaúcha CEEE-G.
"Não temos nenhuma urgência em alocar capital, não faremos nada de forma atabalhoada... ou aquisição a preço injustificado", afirmou o executivo.
Segundo ele, a Auren pode aproveitar "janelas de oportunidade" para compra de ativos hidrelétricos, embora tenha uma orientação de diversificação de fontes, buscando aumentar a participação das energias solar e eólica em seu portfólio.
Nesse contexto, a elétrica não prevê, por ora, mudanças em sua política de distribuição de dividendos. "É cedo (para rediscutir), vamos continuar perseguindo crescimento... À medida que o tempo vai passando, se não se apresentar (uma oportunidade) isso pode ser rediscutido".
Novos projetos
Junto dos resultados financeiros, a companhia anunciou nesta quinta-feira a aprovação de cerca de 2,26 bilhões de reais em investimentos nos projetos de geração solar Sol do Piauí e Jaíba V.
Os novos empreendimentos, que deverão agregar 172 megawatts-médios (MWm) de garantia física para a companhia, somam-se a dois complexos eólicos que estão atualmente em obras, Ventos do Piauí II e III. A estimativa é de que as usinas eólicas estejam totalmente operacionais em novembro de 2022.
(Por Letícia Fucuchima)