Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - A Aurora Alimentos, terceira maior processadora de suínos e aves do Brasil, pediu que o governo brasileiro se envolva em negociações para reduzir tarifas de importação cobradas na venda de carne suína e de frango a países como Coreia do Sul e Índia.
O presidente-executivo da processadora da Aurora, Neivor Canton, disse que houve "muitas tentativas" do Brasil de persuadir os países a reduzirem ou removerem impostos.
"Houve tentativas diversas por sinal, mas há uma intransigência por ora", disse ele à Reuters durante evento do setor. "O comércio tem que ser bilateral, recíproco. E nós não estamos preparados para atender a demanda do que eles poderiam nos vender", acrescentou, referindo-se à Índia.
Canton disse que há uma tarifa de 100% para vender frango para a Índia, um enorme mercado que o Brasil quer acessar de forma mais competitiva. A tarifa para vender carne suína para a Coreia do Sul é de 25%.
Seu pedido para priorizar as negociações tarifárias ocorre em um momento de preços mais altos dos grãos, pressão de custos sobre os processadores de alimentos e aumento da inflação global de alimentos.
Qualquer movimento para reduzir as tarifas, mesmo que por uma pequena porcentagem, seria bem-vindo em toda a indústria, disse ele.
"As tarifas tiram nossa margem. Hoje, se eu tenho 5% de margem, já fico feliz. Imagina pagar 25%."
O Brasil responde por 38% da oferta global de frango e 11% da oferta de carne suína, segundo Lorival Luz, presidente-executivo da concorrente BRF (BVMF:BRFS3), que apresentou os dados no mesmo evento.
(Por Ana Mano)
((Tradução Redação São Paulo))
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