Nova York, 24 set (EFE).- O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, reiterou nesta segunda-feira a Espanha constitucional e explicou que a reforma do modelo de financiamento autônomo não é uma prioridade para seu Executivo neste momento porque seria propor "a divisão do que não existe".
O mandatário defendeu seu ponto de vista em declaração aos jornalistas em sua chegada a Nova York para participar das sessões da 67ª Assembleia Geral da ONU.
O chefe do Executivo foi questionado sobre quando porá em prática a modificação do sistema de financiamento autônomo e se a resolução que será votada no Parlamento catalão sobre o direito de decidir dos cidadãos desta comunidade está de acordo com a Constituição.
Em relação ao primeiro ponto, a secretária-geral do Partido Popular, María Dolores de Cospedal, havia opinado hoje que não é o melhor momento para "abrir canais" no sistema de financiamento autônomo.
A revisão do modelo foi oferecida na quinta-feira passada por Rajoy ao presidente catalão, Artur Mas, na reunião que manteve com o dirigente no Palácio da Moncloa e na qual rejeitou sua proposta de pacto fiscal para a Catalunha.
Hoje, Rajoy disse, afinado com o discurso de María Dolores, que a prioridade atual do governo, "como indica o bom senso", disse, é enfrentar a crise.
O presidente afirmou que o Executivo vai avaliar como funcionou o sistema de financiamento autônomo, porque a cada cinco anos costuma-se fazer uma análise de sua aplicação.
"Dentro desse mandato, ouvindo todos e após fazer essa avaliação, porque não vamos fazer as coisas sem pensar, proporemos esse assunto. Mas não é a prioridade do dia, e ao longo do mandato - repetiu - poderá se tratar desse assunto".
Rajoy explicou que o maior problema das administrações é que não há verba, e "propor agora uma reforma do modelo de financiamento autônomo é propor a divisão do que não existe".
Quanto à resolução que o Parlamento catalão pode aprovar sobre o direito de decisão de seus cidadãos, explicou que todos conhecem sua posição.
"Eu acredito na Espanha constitucional, na Espanha que todos os espanhóis escolhemos em 1978, com o modelo de Estado que temos, que é o mais descentralizado da história, porque nunca houve tanto autonomia como agora", comentou.
Por isso, insistiu que "é preciso ser responsável" e que o governo vai ser, porque é sua obrigação.
O mandatário reiterou que o principal agora é enfrentar a crise porque há muita gente, na Catalunha e em toda Espanha que quer trabalhar e não pode.
"O país vive um momento muito complicado e o sério, sensato e razoável é não acrescentar outro problema ao problema principal", ressaltou antes de considerar que a recuperação econômica significará mais receita para as administrações. EFE