Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas de algodão no ano comercial 2020/21 (entre agosto de 2020 e julho de 2021), alta de 23% ante a temporada anterior, concretizando um novo recorde de embarques, disse nesta segunda-feira a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
A China foi o principal destino da fibra brasileira, responsável por 30% do total embarcado em 2020/21.
"Com inéditas 720,7 mil toneladas adquiridas, o gigante asiático superou o mercado interno como maior consumidor do algodão produzido no Brasil", afirmou a entidade em nota.
O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, afirmou no comunicado que o Brasil se consolidou como segundo maior exportador mundial da pluma, atrás apenas dos Estados Unidos.
A associação ressaltou que os concorrentes norte-americanos elevaram em 6% os embarques de algodão em 2020/21, para 3,5 milhões de toneladas, contribuindo --junto com o Brasil-- para a redução nos estoques globais da commodity.
"As exportações globais aumentaram 14,9%, atingindo 10,4 milhões de toneladas em 2020/21. A recuperação econômica em geral... e um aumento nas exportações de algodão liderado pela demanda resultaram em estoques iniciais mais baixos para a temporada 2021/22 em 20,9 milhões de toneladas."
Segundo a associação, o cenário para a temporada 2021/22 é de aquecimento no consumo e no comércio mundial. A Abrapa disse que após despencar 7% em 2020/21, espera-se uma recuperação de 3% na produção mundial de algodão, totalizando 25 milhões de toneladas.
O volume, no entanto, é inferior ao consumo global, que deve chegar a 25,77 milhões de toneladas, acrescentou a entidade.
A previsão de produção para a pluma brasileira na safra 2020/21 é de 2,457 milhões de toneladas, 18% menor que a alcançada na temporada anterior, disse a Abrapa.
"O recuo se deve à redução de 18% na área plantada, que foi de 1,369 milhão de hectares", afirmou a entidade, ressaltando que, até o momento, 45% da área já foi colhida e 82% da safra está comercializada.
A entidade não fez previsões sobre a produção brasileira de 2021/22.