BRASÍLIA (Reuters) - O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira que continuam as conversas com a Rússia para o fornecimento de óleo diesel russo ao Brasil, como parte dos esforços do governo para reduzir o preço dos combustíveis no país.
Em julho, o presidente havia afirmado que um acordo sobre o tema estava "quase certo" e, na ocasião, manifestou a expectativa de que as primeiras cargas chegassem ao Brasil em dois meses -- o que acabou não acontecendo. Antes disso, ele já havia mencionado a possibilidade no final de junho após telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin.
"Estamos negociando com Putin o fornecimento de diesel mais barato", disse Bolsonaro nesta terça-feira em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT.
Bolsonaro acrescentou que as negociações ganharam corpo a partir das trocas no comando da Petrobras (BVMF:PETR4) e do Ministério das Minas e Energia. O presidente também disse que a iniciativa, se concretizada, poderá resultar na redução dos preços de gêneros alimentícios pela redução do custo do frete.
A Rússia está sob sanções internacionais desde a invasão a Ucrânia, especialmente dos Estados Unidos e da União Europeia --o bloco costumava ser o principal consumidor de gás e petróleo do país, mas cortou boa parte das compras.
Ao contrário dos europeus e norte-americanos, e mesmo com a pressão desses países, o governo brasileiro continua negociando com os russos. O governo já acertou a garantia de fornecimento de fertilizantes vindos da Rússia apesar da guerra.
Questionado na entrevista, Bolsonaro também afirmou que ainda há possibilidade de o Congresso Nacional votar uma reforma tributária ainda neste ano.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia afirmado no mês passado que, caso Bolsonaro vença as eleições de outubro, é possível que o Congresso aprove as reformas tributária e administrativa ainda neste ano.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)