O Brasil registra 3.640 focos de incêndio neste domingo (8.set.2024), segundo dados consolidados do sistema BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A Amazônia concentra a maior parcela das ocorrências, com 1.847 –ou 50,7%.
O Estado do Mato Grosso teve o maior número de queimadas, com 1.893 focos registrados em 24h. É seguido por Pará (593) e Amazonas (237). O país registrou 28.972 focos de incêndio de 1º a 8 de setembro.
Todos os 6 biomas do Brasil tiveram incidência de fogo. O Cerrado teve o 2º maior número, com 1.375 focos (37,8% do total).
O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 como o pior número de queimadas em 14 anos. Foram 68.635 ocorrências –o 5º maior da série histórica, iniciada em 1998. Alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
O país vive uma seca histórica, com a pior estiagem em 44 anos, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Entenda as causas:
A seca e a estiagem que afetam grande parte dos municípios são comuns no inverno brasileiro. A temporada começou em junho e segue até o final de setembro. No entanto, a intensidade em que ocorrem na estação, neste ano, é atípica. São 2 os fatores que mais impactam no cenário:
- fortes ondas de calor – foram 6 desde o início da temporada, de acordo com o Cemaden. Por outro lado, as ondas de frio foram somente 4;
- antecipação da seca – em algumas regiões do Brasil, o período de seca começou antes do inverno. Na amazônica, por exemplo, a estiagem se intensificou quase 1 mês antes do previsto, já no início de junho.
ESTIAGEM NA AMAZÔNIA
Na região da Amazônia, a seca toma formas preocupantes. Os municípios amazônicos enfrentam cerca de 1 ano de estiagem. É a seca mais longa já registrada. São 3 as principais causas:
- intensidade do El Niño – o regime de chuvas foi impactado pelo fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico. Teve seu pico no início deste ano e influenciou o começo da seca;
- aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte – a temperatura na região marítima, que fica acima da América do Sul, chegou a aumentar de 1,2 °C a 1,4 °C em 2023 e 2024;
- temperaturas globais recordes – em julho, o mundo bateu o recorde de maior temperatura já registrada na história. O cenário cria condições para ondas de calor mais fortes.