Investing.com - O petróleo disparou nesta segunda-feira com a crescente expectativa de que os produtores prorrogarão o acordo de corte na produção, enquanto investidores notam mais sinais de equilíbrio entre oferta e demanda global.
Em Nova York, o petróleo para entrega em novembro subiu 3,1%, para fechar a US$ 52,22 o barril, seu maior valor desde meados de abril.
O Brent, em Londres, saltou 3,5%, e encerrou a sessão a US$ 58,87 o barril. Esse é o maior patamar em dois anos.
Os membros da Opep se reuniram com grandes exportadores na sexta-feira, em Viena, na Áustria, e acertaram que farão uma revisão do acordo nos próximos meses. A percepção é de que os países concordam em fazer uma extensão dos cortes além de março de 2018, mas ainda é preciso mais dados do mercado, como a taxa de cumprimento do acordo pela Opep e a decisão de como lidar com o aumento de produção da Líbia e Nigéria.
“Acredito que janeiro é a data mais próxima que a gente efetivamente e com credibilidade possa falar sobre o estado do mercado”, disse o ministro russo de Energia, Alexander Novak.
Outros ministros, contudo, deixaram claro que pretendem fazer essa avaliação ainda neste ano.
“[o rali do petróleo] é movido pela ideia de que os cortes na produção estão começando a funcionar e equilibrar o mercado”, disse Gene McGillian, diretor de avaliação de mercado na Tradition Energy em Nova York.
Em maio, membros da Opep e grandes exportadores aceitaram estender de junho até março de 2018 o acordo em vigor desde janeiro para cortar a oferta global em 1,8 milhão de barris/dia.
Alguns analistas, contudo, não veem o atual rali como um movimento prolongado, visto que pode estimular produtores a aproveitar a cotação para aumentar suas vendas, acima até do acordo da Opep.
“Até nesses preços, eles estão perdendo dinheiro. Então eles querem mais dinheiro e acho que os incentivos de permanecerem unidos começa a cair”, disse Francisco Blanch, chefe de análise de commodities globais e derivativos no Merrill Lynch.