Após analisar o atual cenário geopolítico, os preços das commodities parecem seguir uma trajetória de baixa. Os traders esperam estímulos da China neste ano, mas tais medidas dificilmente gerarão nova demanda significativa, enquanto a incerteza global continua elevada. A perspectiva de mudanças nas políticas dos bancos centrais, influenciadas por seus líderes políticos, adiciona mais volatilidade ao mercado.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
Observando os recentes movimentos dos preços, a tendência de estagnação pode se aprofundar após 20 de janeiro, quando o presidente eleito Donald Trump assumir o cargo. Suas políticas, focadas em tarifas e taxas de juros, devem fortalecer o dólar, gerando movimentos bruscos nos preços de metais preciosos e energia.
Caso as medidas de Trump resultem em taxas de juros muito altas, a falta de demanda pode manter os mercados de commodities voláteis e até provocar instabilidade nos mercados acionários globais. Isso é agravado pelo fato de Trump ter deixado de incluir líderes de importantes países em desenvolvimento, que são hubs econômicos estratégicos para os EUA.
Por outro lado, a inflação global elevada pode levar os bancos centrais a manterem políticas monetárias restritivas, com juros altos, aumentando a incerteza e dificultando a atração de novos investimentos.
Recomenda-se que os traders permaneçam extremamente vigilantes nos primeiros seis meses de 2025. Decisões de investimento devem ser tomadas com cautela, pois os choques econômicos decorrentes de problemas geopolíticos mal resolvidos podem levar a uma situação semelhante a uma recessão.
Movimentos recentes: metais preciosos e energia
Analisando os movimentos do ouro e da prata no mercado futuro durante as últimas semanas, ambos estão sob pressão vendedora desde que atingiram o pico de US$2828 em 30 de outubro de 2024. A incerteza global, somada às expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve em 2025, sustenta essa tendência de baixa.
Os futuros da prata, por sua vez, apresentam sinais consistentes de exaustão desde o pico de US$35,194, alcançado na mesma data, apesar da crescente demanda. Isso reforça a possibilidade de continuidade da pressão vendedora, especialmente com as expectativas em torno das decisões de Trump sobre cortes de juros.
Enquanto isso, o mercado cripto foi impactado por uma onda de vendas na última semana de 2024, quando traders realizaram lucros após um desempenho excepcional ao longo do ano. Apesar disso, o otimismo em torno de regulações mais amigáveis sob Trump manteve o mercado relativamente positivo, com o Bitcoin recuperando parte das perdas registradas no final do ano.
Regulações mais favoráveis podem levar a uma mudança no fluxo de capital, desviando investimentos de metais preciosos para criptomoedas, que têm se mostrado mais atrativas como reserva de valor.
Preços de energia
No petróleo WTI futuro, a trajetória de queda permanece desde o pico de US$132,62 na primeira semana de março de 2022. A formação de um cruzamento baixista significativo, com a média móvel de 50 dias (MMD) cruzando abaixo das de 100 e 200 DMA no gráfico semanal, confirma a continuidade da pressão vendedora. O WTI está abaixo da média de 50 MMD e apenas ligeiramente acima da de 9 MMD, indicando possível continuidade do movimento de baixa.
Já os futuros do gás natural enfrentam pressão vendedora após atingirem US$4,207 em 30 de dezembro de 2024. Embora a volatilidade tenha aumentado, a tendência geral permanece de baixa, com potenciais altas atraindo grandes vendedores. Como em seu mandato anterior, Trump pode priorizar os combustíveis fósseis, aumentando a pressão sobre o gás natural.
Conclusão
O temor de uma recessão econômica está diretamente ligado à chegada de Donald Trump. Caso sua administração não trate essas questões de forma eficaz, o risco de uma recessão econômica global pode se materializar.