NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros de café arábica de Nova York seguem em curso de maior volatilidade no curto prazo conforme o período de floração da safra no Brasil, o país que mais produz café no mundo, aproxima-se, ao mesmo tempo em que persiste a La Niña, apontou um relatório nesta quarta-feira.
"As chuvas no Brasil (ou a falta delas) vão determinar o próximo movimento de 40 a 100 centavos em qualquer direção", disse a Cardiff Coffee Trading, com sede nos Estados Unidos, em um relatório mensal.
Com a colheita de café deste ano praticamente encerrada no Brasil, os campos logo estarão prontos para o grande período de floração que determinará o potencial para a safra de 2023.
As chuvas de primavera no país em setembro deveriam desencadear as floradas. Estão previstos para este mês somente cerca de 10 milímetros de chuva no principal cinturão cafeeiro do Sul de Minas Gerais.
"A soma de todos os fatores que observo sugere uma tendência ainda de alta neste mês sobre os próximos meses. Chuvas enormes obviamente esmagariam isso, mas tecnicamente e fundamentalmente o mercado tem suporte", disse o chefe da Cardiff, Harris Haase, no relatório.
A ocorrência do La Niña, que geralmente gera clima mais seco do que o normal em partes do Brasil, é um risco adicional para o café, ele acrescentou.
De acordo com a World Weather Inc, o mais recente modelo ENSO de previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) indica que a La Niña pode durar mais do que o sugerido anteriormente.
"A La Niña enfraqueceria muito em dezembro e se dissiparia em janeiro, mas agora o modelo atrasou esse declínio por mais um mês", afirmou.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)