RIO DE JANEIRO (Reuters) - A carga de energia no Brasil teve crescimento de 3,5% em julho, na comparação com o mesmo período do ano passado, indicando a retomada da economia, com menor distanciamento social e maior acesso da população à vacina contra Covid-19, conforme informou em nota nesta quinta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) chegou a 65.519 MWmédio, de acordo com as informações do boletim mensal de carga do operador. Com relação a junho, entretanto, houve variação negativa de 1,9%.
"Embora em ritmo menos acelerado do que o registrado nos meses anteriores, o percentual positivo permanece indicando a retomada da economia decorrente da diminuição das restrições de distanciamento social e o maior acesso da população à vacina", disse o ONS.
"A confiança da indústria avançou pelo terceiro mês consecutivo, ainda que com maior apreensão dos empresários sobre os reflexos nos negócios nos próximos meses. Com relação ao mês de junho deste ano, verificou-se uma variação negativa de 1,9%."
O avanço da carga ocorre enquanto o governo vem trabalhando para garantir o abastecimento de energia do país, em meio a maior crise hídrica em reservatórios de hidrelétricas --principal fonte geradora do país-- em mais de 90 anos. O governo vem afirmando que suas projeções de oferta atendem as projeções de demanda.
O ONS pontuou que a ocorrência de temperaturas amenas, inferiores às observadas em julho de 2020, contribuiu de forma contrária para o resultado da carga.
No acumulado dos últimos 12 meses, a carga do SIN apresentou uma variação positiva de 5,5%, em relação ao mesmo período anterior, sendo as temperaturas amenas responsáveis por contribuir negativamente com 2% nesta variação.
O subsistema Norte se destacou e registrou demanda 8,7% maior, se comparado com o mesmo mês de 2020; seguido bem de perto do Nordeste com 8,6%.
Já região Sul apresentou incremento de 4,4%. No Sudeste/Centro-Oeste, a carga verificada foi 1% superior, se comparado com o mesmo mês do ano anterior.
(Por Marta Nogueira)