SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de energia Casa dos Ventos assinou memorando de entendimento para fornecer energia renovável ao projeto de fertilizantes "verdes" da empresa suíça Atlas Agro em Minas Gerais.
O acordo deverá permitir o fornecimento de energia eólica e solar, segundo as companhias.
A fábrica demandará cerca de 300 MW médios, que serão fornecidos pela Casa dos Ventos para a produção de nitrato de amônia verde, o que permitirá a redução de emissões de carbono na produção agrícola, por meio da utilização de um insumo ambientalmente mais sustentável.
A Atlas Agro tem previsão de investir cerca de 1 bilhão de dólares no projeto em Uberaba, que deve entrar em operação comercial em 2028.
A unidade terá capacidade para produzir cerca de 530 mil toneladas de fertilizantes por ano, colaborando para reduzir a dependência do Brasil na importação do insumo.
A produção mundial de fertilizantes nitrogenados é feita primordialmente com gás natural, o que torna o setor responsável por 2% das emissões globais de carbono, segundo comunicado conjunto das empresas envolvidas no acordo.
"A missão da Atlas Agro é descarbonizar a produção global de nitrogênio. Energia competitiva em custo e confiável é a base para produzir fertilizantes nitrogenados sustentáveis a preços acessíveis para os agricultores locais", disse o cofundador da Atlas Agro e presidente da Atlas Agro Brasil, Knut Karlsen.
Segundo o diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, a empresa tem trabalhado para que o Brasil assuma o protagonismo na transição energética por intermédio da descarbonização de setores-chaves, como é o agronegócio.
"Além de trazer autonomia para o campo, a tese gera investimentos relevantes em energia renovável para o país", comentou ele.
De acordo com a diretora de energia renovável da Atlas Agro, Maria Gabriela da Rocha Oliveira, "os baixos custos das energias renováveis no Brasil representam uma solução competitiva para viabilizar a produção nacional de fertilizantes, promovendo a segurança alimentar e a sustentabilidade industrial do país".
(Por Roberto Samora)