BRASÍLIA (Reuters) - A China deverá habilitar mais plantas produtoras de carnes bovina e de frango do Brasil para exportação ao gigante asiático, disse nesta segunda-feira o secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki.
A declaração ocorre no mesmo dia em que o México comunicou a habilitação de 26 unidades brasileiras para venda de carne de frango, incluindo estabelecimentos das gigantes BRF (SA:BRFS3) e JBS (SA:JBSS3).[nL2N1XU0W2]
"Temos agora ampliação para a China já certa...", afirmou Novacki em coletiva de imprensa na sede do ministério, em Brasília, acrescentando que uma missão de autoridades chinesas já está no Brasil para fazer uma inspeção. Segundo o ministério, o universo é de 78 plantas que estão com questionários, 10 serão visitadas efetivamente. A expectativa é que as 78 sejam liberadas, se as 10 visitadas passarem na visita.
Novacki também afirmou que a Indonésia está prestes a abrir seu mercado para a carne bovina brasileira e que as conversas com os Estados Unidos quanto à reabertura daquela nação à proteína nacional prosseguem, mas sem nenhuma sinalização concreta por enquanto.
FISCALIZAÇÃO
Em paralelo, Novacki disse que o Ministério da Agricultura aguarda a publicação de um decreto estabelecendo o credenciamento de auxiliares em linhas de produção para fiscalização de frigoríficos.
Com isso, não seria mais permitido às empresas contratar seus próprios auxiliares de produção, destacou.
"Fiscalização é atividade de Estado, isso não pode ser delegado. Agora é possível que a gente tenha auxiliares em linha de produção sendo credenciados pelo ministério... A ideia é que a gente edite decreto que dê condições para criar um fundo, que seria pago pela iniciativa privada", afirmou.
"O fundo é privado, mas vai ser misto. Vai ter tutela do Ministério da Agricultura observando. Quem vai credenciar é o Ministério da Agricultura", acrescentou Novacki, destacando que, com essa medida, acabariam-se eventuais "conflitos de interesse" pelo fato de empresas colocarem seus próprios auxiliares.
De acordo com o secretário, a pasta está aguardando apenas o "timing" da Casa Civil quanto ao decreto, mas a expectativa é de tê-lo publicado ainda neste ano.
Novacki comentou também que a atual equipe do Ministério da Agricultura já fez duas reuniões com a futura ministra da pasta, Tereza Cristina.
Conforme o secretário, ela sinalizou que pretende manter o Plano Agro+, que engloba um conjunto significativo de providências que vão da edição e atualização de atos normativos a mudanças na rotina de trabalho do ministério. Novacki estima economia de até 2,5 bilhões de reais "com essa desburocratização".
"Deixamos também plano de macrologística voltado ao agronegócio pronto. Pegamos mapa do país, todas as hidrovias, ferrovias existentes, fizemos cruzamentos, pegamos portos... A pergunta que precisávamos responder era onde, com menor custo, conseguiríamos ser mais eficientes", afirmou, frisando que tal estudo deve ser entregue no início do próximo mês ao presidente Michel Temer, ao presidente eleito Jair Bolsonaro e à própria Tereza Cristina.
(Por Marcela Ayres)