NICOSIA (Reuters) - O Chipre acusou militares da Turquia de obstruírem um navio contratado pela petroleira italiana Eni de chegar a uma área de exploração de gás natural, destacando tensões sobre recursos em alto mar no leste do Mediterrâneo.
Uma porta-voz da Eni disse domingo que o navio de perfuração Saipem 12000 ia de uma localização no Chipre para uma área a sudoeste da ilha na sexta-feira, quanto foi parado por navios militares turcos e avisada para não continuar por causa de atividades militares na área de destino.
A Turquia, que não tem relações diplomáticas com o Chipre, alega que certas áreas em alto mar na zona marítima do Chipre, conhecidas como um EEZ, caem na jurisdição turca ou dos turco-cipriotas.
O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, disse que a Turquia violou uma lei internacional ao bloquear o navio e que o Chipre tomaria "medidas necessárias", sem elaborar, embora ele parecesse engajado em evitar exacerbar a situação.
"Do nosso lado, nossas ações refletem a necessidade de evitar qualquer coisa que poderia escalar (a situação), sem, é claro, ignorar a violação da lei internacional cometida pela Turquia", disse Anastasiades a jornalistas em Nicosia.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Itália confirmou que autoridades turcas não estavam permitindo que o navio seguisse rumo ao seu destino.
A Itália está acompanhando o assunto "em seu maior nível por meio de seus diplomatas em Nicosia e Ankara ... e acompanhando todos os passos diplomáticos possíveis para resolver a questão", disse o porta-voz.
Um porta-voz da estatal italiana Eni disse que a embarcação permaneceria parada até a solução do impasse.
"O navio executou prudentemente as ordens e vai permanecer em posição à espera de evolução da situação", disse o porta-voz.
A embarcação ia rumo ao Bloco 3 da zona econômica exclusiva de Chipre, disse a Eni.
O Ministério de Relações Exteriores da Turquia, em um comunicado no domingo, não fez qualquer menção à obstrução de um navio da Eni, mas disse que a exploração do Bloco 3 era uma ação unilateral de gregos cipriotas que violava direitos soberanos de turcos cipriotas em relação à ilha etnicamente dividida e os cipriotas gregos estavam comprometendo a segurança e a estabilidade na região.
(Por Michele Kambas)