SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de café dos cooperados da Cooxupé havia alcançado 8,9% do total projetado até 29 de maio, ante 18,42% no mesmo período de 2019, de acordo com boletim da maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, divulgado nesta quarta-feira.
Na comparação com 2018, um ano de alta produtividade do arábica, assim como 2020, a colheita segue ligeiramente adiantada.
Dois anos atrás, produtores da Cooxupé, que atuam no Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e São Paulo, haviam feito a colheita em 8,05% da área.
Em relação ao dia 22 de maio, de quando datam as primeiras informações sobre a colheita 2020 divulgadas pela Cooxupé, houve um avanço de quase 3 pontos percentuais nos trabalhos de colheita.
Entre as áreas da Cooxupé, a colheita está mais avançada em São Paulo, com 13,85% já colhido, seguido por Sul de Minas (11,60%) e Cerrado Mineiro (3,62%).
Em entrevista à Reuters na última sexta-feira, o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, disse que o clima acelerou a maturação da safra 2020, ao comentar o leve avanço na comparação com o último ano de alta produtividade do arábica.
Apesar de a safra 2020 ser de alta bianualidade nas lavouras de café arábica, Melo disse que uma "cautela" levou a Cooxupé a prever embarques menores neste ano em comparação com 2019.
Para 2020, os embarques totais estão estimados em 5,9 milhões de sacas, ante 6,4 milhões de sacas no ano passado.
Ele explicou que a cooperativa contou em 2019 com grandes estoques finais da temporada de 2018, que garantiram oferta suficiente para realizar exportações históricas no ano passado. Em 2020, contudo, a colheita começa com baixos volumes estocados.
A Cooxupé não divulgou dados sobre a colheita em 2015 e 2017 porque nesses anos o trabalho ainda não havia começado até esta mesma data. Em 2016, também um ano de alta produtividade, produtores ligados à cooperativa tinham colhido 8% do café.
(Por Roberto Samora; edição de Luciano Costa)