SÃO PAULO (Reuters) - Os agricultores do Rio Grande do Sul colheram 61% das áreas cultivadas com milho no ciclo 2022/23, avanço de 4 pontos percentuais em uma semana, enquanto o retorno de chuvas beneficiou algumas lavouras em desenvolvimento, necessárias para uma safra fortemente atingida pela seca, disse a Emater-RS.
Os trabalhos estão atrás dos 64% registrados em igual período do ciclo anterior, mas superam a média histórica para esta época do ano, de 54%, mostraram dados da empresa de assistência técnica e extensão rural nesta quinta-feira.
"A ocorrência de chuvas entre 02 e 04/03 beneficiou os cultivos em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, que totalizam 26% das lavouras", disse.
Apesar do alívio recente, a Emater reduziu no início desta semana sua projeção para a produção gaúcha de milho em 41% comparada à estimativa inicial, para 3,6 milhões de toneladas, em função da seca e altas temperaturas.
Mesmo assim, a produção deverá crescer 20,6% em relação ao ciclo anterior, quando o Estado foi ainda mais castigado pela seca.
Sobre a soja, a Emater disse nesta quinta-feira que, no geral, as lavouras estão predominantemente em fase de enchimento de grãos, 60% delas.
"Já a colheita ainda é incipiente no noroeste do Estado, mas permanece em atraso em relação aos anos anteriores", acrescentou. Na média histórica e no ano passado, o Rio Grande do Sul já estava com 6% da soja colhida.
Até o momento, a empresa ligada ao governo estadual não registra nem 1% colhido da safra 2022/23.
A safra de soja do Rio Grande do Sul está estimada pela Emater-RS em 14,17 milhões de toneladas, queda de 31,10% na comparação com a previsão inicial, porém mais de 50% acima dos 9,16 milhões colhidos na temporada anterior.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)