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Com mercado de gasolina fraco no Brasil, Petrobras reduz importação, diz fonte

Publicado 30.11.2018, 17:08
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Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O mercado de gasolina está relativamente fraco no Brasil, o que permite que a Petrobras (SA:PETR4) reduza as importações do combustível apesar de estar contando com o funcionamento de apenas metade de sua maior refinaria, disse uma fonte da empresa com conhecimento do assunto à Reuters.

A importação de gasolina pela Petrobras perdeu um pouco de força no último trimestre do ano e deve encerrar o mês de novembro com um volume de aproximadamente 400 mil barris (cerca de 13 mil barris ao dia), afirmou a fonte, na condição de anonimato.

A Petrobras fechou o terceiro trimestre deste ano com um volume de importação de gasolina de 17 mil barris/dia, registrando elevação de mais de 30 por cento ante o mesmo período de período de 2017, com a empresa ganhando mercado internamente.

"De outubro para novembro, pouco mudou. O mercado ainda está baixo, com demanda baixa", disse a fonte.

O mercado interno de gasolina também está sofrendo forte concorrência do etanol hidratado, com usinas de cana elevando a produção do biocombustível diante da fraqueza dos preços do açúcar. As vendas de álcool combustível têm batido recordes.

Em meio a uma demanda fraca, queda nos preços internacionais e o dólar abaixo das máximas do período eleitoral, a Petrobras tem repassado para a sua gasolina as reduções nos valores.

A gasolina da Petrobras está no menor nível desde 17 de fevereiro, acumulando queda de quase 20 por cento no mês, para 1,5007 real por litro --isso significa uma queda de 33,3 por cento ante a máxima histórica registrada em setembro.

O ritmo lento de retomada da economia, com níveis de emprego e renda ainda comprometidos, afeta a demanda por combustíveis no Brasil, explicou a pessoa. Entre julho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,8 por cento sobre o segundo trimestre, informou o IBGE nesta sexta-feira.

Faltando um mês para o fim de 2018, a expectativa fica por conta do final ano, quando a demanda normalmente sobe.

"O mercado de gasolina começa a subir em novembro e dezembro por questões sazonais, mas vamos ver o que vem", adicionou a fonte.

A redução nas importações da Petrobras pode estar ligada também a um aumento da concorrência com outros importadores que estariam aproveitando janelas de oportunidade para fazer compras externas e internalizar o combustível, mas a fonte evitou comentar sobre isso.

A fraqueza do mercado é registrada em momento em que os preços nas bombas vem registrando uma pequena queda nas últimas semanas, na comparação com o tamanho da redução da gasolina da Petrobras.

Ou seja, a gasolina continua em patamar mais alto para o consumidor, o que teria potencial para inibir algum consumo.

Essa disparidade entre os preços na bomba e os da Petrobras levou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a solicitar nesta semana esclarecimento das distribuidoras sobre repasse de preços.

O repasse apenas parcial da queda do preço da refinaria seria devido ao aumento na margem de lucro das empresas que operam na distribuição e na revenda, mas a fonte preferiu não comentar, por não ter conhecimento dos custos do setor de distribuição.

PAULÍNIA

A Petrobras trabalha com a possibilidade de antecipar a plena normalização das refinaria de Paulínia, a maior do Brasil, após uma explosão em agosto deste ano que deixou a unidade funcionando pela metade.

A perspectiva inicial é que a unidade volte a operar integralmente entre 15 e 25 de janeiro do ano que vem, disse a fonte.

"Sempre pensamos que pode antecipar a volta, desde que seja com segurança e, de acordo com os custos, fazemos isso", frisou a fonte.

Paulínia, com capacidade de processamento de 434 mil barris ao dia, teve parte de suas instalações tomadas por um incêndio de grandes proporções, em um incidente que não deixou vítimas, mas paralisou imediatamente as atividades da unidade.

A Replan, que responde por aproximadamente 20 por cento de todo o refino de petróleo no Brasil, está funcionando com metade da capacidade atualmente.

Logo após o acidente, a empresa se viu obrigada a aumentar a importação de combustíveis para a reposição de estoques.

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Mas, de acordo com a fonte, agora, com o mercado pouco demandante, está sendo possível compensar a redução na produção com o aumento de capacidade de processamento de outras unidades do parque da estatal.

"O mercado está baixo e a gente tem compensado a perda de produção lá com a própria Revap (refinaria em São José dos Campos-SP), com otimização de processos e em unidades próximas. O parque está compensando", comentou.

A Petrobras não comentou o assunto imediatamente.

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