SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou nesta terça-feira que a safra total de milho 2016/17 no Brasil deverá alcançar um recorde de 96 milhões de toneladas, acima das 93,83 milhões de toneladas projetadas em junho e 44,3 por cento mais em relação a 2015/16.
Desse total, 30,4 milhões de toneladas são de milho de primeira safra e as outras 65,62 milhões de toneladas, de segunda safra, principal responsável pelo aumento da produção total do cereal.
No levantamento de junho, a Conab havia estimado a segunda safra em 63,5 milhões de toneladas.
A área total com o cereal deve atingir 17,4 milhões de hectares, com um crescimento de 9,2 por cento entre o ano passado. Mas o crescimento da safra deve-se, principalmente, ao aumento da produtividade, uma vez que a temporada passada sofreu fortemente com a seca.
Em relação ao total de grãos e oleaginosas produzidos pelo Brasil no ciclo, este deverá alcançar um recorde de 237,2 milhões de toneladas, 50,6 milhões de toneladas, ou 27,1 por cento, mais frente às 186,6 milhões de toneladas do ciclo passado, segundo números da 10ª estimativa da Conab para a temporada.
Em nota, a Conab destacou que a "supersafra" é resultado de "condições climáticas favoráveis" e do "aumento da produtividade média de todas as culturas, com destaque para soja e milho, que tiveram alto nível de aplicação tecnológica".
Conforme a companhia, a produtividade da soja subiu de 2,870 toneladas para 3,362 toneladas por hectare, enquanto a do milho passou de 4,178 toneladas para 5,522 toneladas por hectare.
Os números da produção e área da soja permanecem praticamente os mesmos do levantamento de junho. De acordo com a Conab, a cultura deve crescer 19,4 por cento e chegar a 113,9 milhões de toneladas, com ampliação de 1,9 por cento na área plantada, para 33,9 milhões de hectares, mas principalmente pelos ganhos de produtividade.
Soja e milho respondem por 88,5 por cento dos grãos produzidos no país, segundo a Conab.
(Por José Roberto Gomes)