SÃO PAULO (Reuters) - A safra total de milho do Brasil 2023/24 foi estimada em 114,14 milhões de toneladas, um acréscimo de 2,5 milhões de toneladas em relação ao previsto no mês passado, segundo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira.
O aumento ocorreu principalmente na projeção para a segunda safra de milho, agora estimada em 88,12 milhões de toneladas, ante 86,15 milhões previstas no levantamento passado, o que permitiu uma revisão na perspectiva de exportação no ciclo de 2,5 milhões de toneladas, para 33,5 milhões de toneladas.
Com a colheita de segunda safra já iniciada, a Conab revisou para cima as expectativas de produtividade (+1,2%) e área plantada (+1%) na comparação com o levantamento de maio.
A Conab afirmou que em Mato Grosso a "performance inicial se mostra bem promissora e deve permanecer em alta na maioria das lavouras, considerando que boa parte foi semeada dentro do período ideal". De outro lado, no Paraná, o relatório citou déficit hídrico que provocou perdas de potencial.
Na comparação com a safra passada, porém, a expectativa é de que a safra total de milho do Brasil caia 13,5%, com a exportação recuando mais de 20 milhões de toneladas ante o recorde do ciclo anterior.
Com a safra de soja praticamente colhida, a Conab fez um ajuste na previsão de 2023/24 para 147,35 milhões de toneladas, ante 147,68 milhões de toneladas do levantamento anterior. Isso representa um recuo de 4,7% ante a máxima histórica de 154,6 milhões de toneladas da temporada passada.
Simultaneamente, a Conab fez uma ligeira redução na previsão de exportação, para 92,4 milhões de toneladas de soja, ante 92,5 milhões na previsão de maio e um recorde de 101,86 milhões no ciclo anterior.
A produção total de grãos e oleaginosas do Brasil em 2023/24 foi estimada em 297,54 milhões de toneladas, acima das 295,45 milhões de toneladas do levantamento anterior, baixa de 7% na comparação anual, consequência "das condições climáticas adversas que influenciaram as principais regiões produtoras do país".
(Por Letícia Fucuchima e Ana Mano e Roberto Samora)