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Corte recorde na produção de petróleo falha em agitar mercado afetado por pandemia

Publicado 13.04.2020, 14:15
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Por Florence Tan e Shadia Nasralla

CINGAPURA/LONDRES (Reuters) - O impacto mínimo aos preços do petróleo causado por cortes recordes de produção da commodity em todo o mundo mostrou que os produtores têm uma montanha para escalar caso desejem restaurar o equilíbrio do mercado em meio à pandemia de coronavírus, que afeta a demanda e faz com que os estoques disparem, disseram observadores do setor.

Um dia após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, entre eles a Rússia, concordarem em reduzir bombeamento em 9,7 milhões de barris por dia (bpd) em maio e junho --o equivalente a quase 10% da oferta global-- os preços pouco se movimentavam, oscilando entre os territórios positivo e negativo.

O ministro da Energia da Arábia Saudita minimizou a queda das cotações nesta segunda-feira, afirmando que os cortes foram a razão para um rali nos preços do petróleo antes do encontro do grupo de produtores, com o mercado antecipando os cortes.

"É o típico negócio, você sabe: compre no rumor, venda nas notícias", disse o príncipe Abdulaziz bin Salman.

Tanto Brent quanto WTI perderam mais da metade de seus valores neste ano, mas agora operam distantes das mínimas registradas ao final de março, uma vez que conversas a respeito dos cortes de produção ganharam força nas últimas semanas. O Brent atingiu uma máxima de 33,99 dólares por barril nesta segunda-feira, ante 21,65 dólares/barril em 30 de março, enquanto o petróleo dos EUA bateu 24,74 dólares/barril, versus 19,27 dólares em março.

O corte da Opep+ pode ser mais de quatro vezes mais profundo que o recorde anterior, estabelecido em 2008, e a oferta total de petróleo pode encolher o dobro disso com outras medidas. Ainda assim, a redução segue enfraquecida pela queda de demanda, que alguns preveem ser de até 30 milhões de bpd em abril.

"Mesmo que esses cortes forneçam um piso para os preços, eles não terão a capacidade de impulsionar as cotações, dado o tamanho do aumento nos estoques que estamos vendo", disse Virendra Chauhan, analista da Energy Aspects.

"A ausência de compromissos firmes dos Estados Unidos ou outros membros do G20 é um defeito no acordo."

Apesar de o príncipe Abdulaziz garantir que países do G20 se comprometeram a cortar cerca de 3,7 milhões de bpd, grandes produtores, como Canadá, Noruega e EUA, ainda não se engajaram publicamente às cotas fixadas.

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"O acordo não conseguiu chegar aos níveis de redução antecipados pelo mercado", disse Takashi Tsukioka, presidente da Associação de Petróleo do Japão (PAJ, na sigla em inglês), em comunicado.

"Esperamos que a Opep+ continue com suas negociações para estabilizar os mercados do petróleo", acrescentou.

(Reportagem de Florence Tan e Chen Aizhu em Cingapura, Yuka Obayashi e Aaron Sheldrick em Tóquio, Nidhi Verma em Nova Délhi e Sonali Paul em Melbourne; reportagem adicional de Shadia Nasralla em Londres e Stephanie Kelly em Nova York)

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