Por Peter Nurse
Investing.com - Os mercados de petróleo subiam na quarta-feira (8) antes da atualização semanal dos números de estoque de petróleo dos EUA, com investidores confiantes de que os principais produtores do mundo concordarão em reduzir a produção após o dramático corte na demanda e nos preços causado pelo surto de coronavírus.
Às 10h25 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 3,2%, a US$ 24,39 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent subia 0,7%, a US $ 32,09. Ambos os contratos estavam sendo negociados acima de US$ 60 no início do ano.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, incluindo a Rússia, estão programados para se reunir na quinta-feira para discutir a redução da oferta para tentar equilibrar um mercado que foi atingido por um impacto sem precedentes na demanda após as medidas de bloqueio adotadas globalmente para reduzir a disseminação do coronavírus.
Espera-se que esta reunião seja mais bem-sucedida do que a de março, que terminou com um fracasso em estender cortes de oferta e uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia.
"A próxima reunião extraordinária de países produtores é a única esperança no mercado", disse Bjornar Tonhaugen, da Rystad Energy.
"Ninguém quer ficar aquém do que poderia ser uma 'surpresa positiva' da Opep +."
Na sexta-feira ocorrerá uma reunião dos ministros de Energia do G20, incluindo os dos principais países produtores de petróleo, Canadá, México, Brasil e EUA.
O mercado estão esperando um acordo de redução de produção de cerca de 10 milhões de barris por dia, mas isso pode depender da participação dos produtores dos EUA.
O Departamento de Energia dos EUA disse na terça-feira que a produção do país já estava em declínio, sem ação do governo, enquanto a Administração de Informação de Energia afirmou que a produção de petróleo dos EUA deve cair 470.000 barris por dia em 2020.
"A grande questão é se países como a Rússia aceitarão um corte dos EUA dessa forma, em vez de um corte obrigatório", disse o ING em uma nota de pesquisa. “Se assim for, isso significaria que os cortes nos EUA entrariam no mercado gradualmente e, por enquanto, parece que esse seria o único tipo de redução que os EUA estariam dispostos a aceitar. Cortes obrigatórios provavelmente não chegariam a um acordo.”
Dito isso, é discutível se um corte de 10 milhões de barris por dia seria suficiente para equilibrar o mercado, pois a Opep estima que a demanda cairá em quase 12 milhões de barris no segundo trimestre de 2020.