Por Peter Nurse
Investing.com - Os mercados de petróleo subiam na quinta-feira (16), recuperando-se após a alta liquidação de quarta-feira, ajudados por uma estimativa relativamente mais conservadora da destruição da demanda pela Opep.
Às 10h45 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 1,9%, a US$ 20,25 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent subia 1,4%, para US$ 28,08.
Os preços do petróleo caíram para uma mínima de oito anos e o Brent perdeu mais de 6% na quarta-feira, depois que os Estados Unidos registraram seu maior aumento semanal de estoque já visto.
Mas os preços se recuperaram na quinta-feira, auxiliados pelo último Relatório Mensal do Petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que prevê que a demanda global de petróleo cairá 6,85 milhões de barris por dia este ano.
Essa previsão terá contribuído para a formação do acordo da Opep +, finalizado no domingo, que prevê cortes de produção de 9,7 milhões de bpd em maio e junho, mas depois com os cortes diminuindo durante o resto de 2020, 2021 e o primeiro trimestre de 2022.
Ainda assim, por maior que seja essa queda, ela é muito menor do que a previsão da Agência Internacional de Energia, publicada na quarta-feira, de uma queda de 9,3 milhões de barris por dia em 2020.
A Rystad Energy, uma empresa independente de pesquisa em energia, tem uma posição muito mais próxima da visão da AIE, prevendo uma queda de 9,6% para 2020, ou 9,6 milhões de barris por dia (bpd).
"Para colocar o número em contexto, na semana passada projetamos uma queda de 9,4 milhões de bpd", disse Rystad.
Com isso em mente, é difícil pensar que esses ganhos de preço sejam duradouros, dados os últimos exemplos da extensão da desaceleração da economia dos EUA, a maior do mundo.
O número de americanos que solicitaram o seguro-desemprego aumentou 5,24 milhões na semana passada, elevando o número de pessoas demitidas no mês passado para quase 22 milhões. Isso anulou, em um mês, o crescimento total no número de empregos da última década
Os números sombrios vieram um dia após os dados mostrarem uma queda recorde nas vendas no varejo dos EUA em março e o maior declínio na produção industrial desde 1946.